Mulher de Bolsonaro ensaia puxar o tapete dele
Foto: AFP
Jair Bolsonaro fez chegar a lideranças do PL sua chateação com a atitude de Valdemar Costa Neto de lançar a candidatura de Michelle à Presidência, em entrevista ao Globo e à CNN.
Integrantes do partido afirmaram que, com a atitude, o ex-presidente se sentiu “rifado”, “desprestigiado” e que está com “ciúmes”.
Membros do PL relataram que o ex-presidente costuma ser consultado antes que qualquer convite ou pedido seja feito à sua esposa. Um exemplo foi o jantar do partido em apoio à candidatura de Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado, na segunda-feira passada.
Como informou o colunista Lauro Jardim, o general Braga Netto ligou para Bolsonaro para articular a ida de Michelle ao evento. Depois do pedido, o próprio Bolsonaro procurou a ex-primeira-dama e combinou com ela a ida ao jantar.
A leitura no PL é que Michelle herda o apoio do bolsonarismo, mas deixa o desgaste com o marido. Valdemar tem dito a correligionários que Michelle poderá concorrer ao cargo que ela desejar em 2026. Lideranças do partido avaliam, no entanto, que a disputa pelo Palácio do Planalto pode estar congestionada por nomes da direita como os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Romeu Zema (Minas Gerais). Diante desse quadro, defendem que Michelle concorra ao Senado ou até mesmo ao governo do Distrito Federal.
Pessoas ligadas à família afirmam que hoje a opção que mais agradaria a ex-primeira-dama seria o Senado.
Nos bastidores, ex-ministros de Bolsonaro deixam claro que preferem que Michelle entre na vida pública no lugar do marido, até porque existe a avaliação que é difícil Jair Bolsonaro permanecer elegível.