Pazuello deve ser cassado
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A nova legislatura da Câmara dos Deputados já tem um nome que deveria estar sob o escrutínio do Conselho de Ética: Eduardo Pazuello, o general de Bolsonaro que foi eleito fazendo política com a anuência do comando das Forças Armadas.
Era sabido que, após a redemocratização em 1985, a caserna – mesmo com rompantes de respeito pelo seu papel constitucional – queria no fundo voltar aos palácios do poder.
Conseguiram apoiando um extremista de direita – a favor da tortura – que tanto combina com o ideal de “luta pela liberdade” deles.
Agora se descobre, com a queda do sigilo de 100 anos de um processo, que o ex-ministro Pazuello participou de um ato político ao lado do ex-presidente após informar os seus superiores.
É mais uma prova de que se preparava um golpe de Estado no Brasil. E que os militares de alta patente fizeram política à luz do dia.
Esse ato fere tão profundamente o estatuto militar – todas as leis que ordenam Exército, a Marinha e a Aeronáutica – que ao menos explica o porquê de o governo Bolsonaro tentar esconder tanto essa informação. O documento, na verdade, mostra a conivência prévia do comando do Exército.
Militar da ativa não pode participar de manifestação político-partidária. Ponto. Mas no Brasil de Bolsonaro tudo podia.
Eduardo Pazuello usou a farda, a força militar e o bolsonarismo golpista como catapulta para ser eleito deputado federal com 205.324 votos, o 2º mais votado no Rio de Janeiro.
Ou alguém duvida que a participação dele em uma motociata ao lado de Bolsonaro, onde os dois discursaram em cima de um carro de som, não o ajudou na eleição?