Assessores de Bolsonaro nos EUA custaram R$ 7 mil por dia
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Com retorno previsto para esta quinta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro deve encerrar sua viagem de três meses aos Estados Unidos acumulando R$ 632 mil em diárias para assessores, conforme dados do Portal da Transparência. Os 89 dias fora do país representaram um gasto médio de R$ 7,1 mil por dia com os auxiliares.
A verba é destinada a custear os gastos de hospedagem e alimentação dos servidores. Como O GLOBO mostrou em fevereiro, esse valor supera o montante que outros ex-presidentes costumam gastar por ano com esse tipo de despesa e chega perto do que alguns antigos mandatários custam anualmente aos cofres públicos.
Por lei, todos os ex-presidentes têm direito a manter uma equipe de até oito assessores. Tanto os vencimentos como outras despesas relativas são custeadas pela Presidência da República. No caso das diárias, o pagamento é realizado sempre que o servidor é obrigado a se deslocar da localidade onde está lotado, o que inclui viagens ao exterior. O objetivo é indenizá-los por despesas como hospedagem, alimentação e locomoção.
De acordo com uma lei de 1986, que sofreu alterações ao longo dos anos, e um decreto de 2008, os ex-chefes do Executivo ganham a prerrogativa de utilizar oito funcionários, entre eles dois motoristas, dois assessores e quatro servidores que atuam em atividades de “segurança e apoio pessoal” — além disso, também há dois cargos à disposição.
Em 2021, os seis ex-presidentes, somados, gastaram R$ 502 mil com diárias. Em 2022, esse número saltou para R$ 962 mil, mas impulsionado pelo fato de que dois deles disputaram as eleições: Luiz Inácio Lula da Silva, para a Presidência, e Fernando Collor, que tentou a reeleição ao Senado por Alagoas. Neste ano, em três meses, Bolsonaro sozinho já gastou R$ 632 mil. Na comparação individual, as despesas da equipe de Bolsonaro ultrapassam o montante despendido pelos assessores de todos aqueles que o antecederam no cargo – os custos com diárias para a equipe de Lula, por exemplo, foram de R$ 429 mil no ano passado.
Esse, entretanto, não é o único gasto associado aos ex-presidentes. Os vencimentos dos assessores e outros tipos de gastos, como combustíveis, também podem entrar na conta. Nos últimos dois anos, os dois ex-presidentes que mais representaram custos foram Lula e Dilma Rousseff. Ainda como ex-presidente, Lula gastou R$ 1,1 milhão em 2021 e R$ 1,7 milhão em 2022. Já Dilma gastou R$ 1 milhão em 2021 e R$ 1,5 milhão em 2022.
A ex-presidente foi recentemente eleita para o cargo de presidente do Banco dos Brics, com sede na China. Segundo sua assessoria, os assessores de Dilma não foram para o país asiático, com exceção de dois seguranças. O GLOBO procurou a Casa Civil para saber se as despesas relacionadas a esses dois funcionários serão arcadas pela Presidência ou pelo banco.
O ex-presidente Jair Bolsonaro viajou para os Estados Unidos em 30 de dezembro. Até o momento em que foi presidente, isto é, até 1º de janeiro, os gastos da viagem foram custeados pelo Ministério das Relações Exteriores, incluindo a utilização do avião da Força Aérea Brasileira.