Atriz pornô pode pôr Trump na cadeia

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Foto: Joe Raedle/Getty Images

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou, no último fim de semana, que pode ser preso nesta terça-feira (21/3) e convocou protestos de apoiadores. Uma investigação em Nova York, liderada pelo procurador Alvin Bragg, apura o suposto pagamento de US$ 130 mil feito por Michael Cohen, ex-advogado de Trump, à ex-atriz pornô Stormy Daniels dias antes da eleição presidencial vencida pelo republicano em 2016.

A quantia teria sido entregue à Daniels para que ela não falasse sobre um suposto caso extraconjugal que teria tido com Trump. O ex-presidente nega ter feito o pagamento ou ter tido relações com a mulher.

Caso Trump se torne, de fato, acusado pelos pagamentos irregulares, será a primeira vez que um ex-presidente dos Estados Unidos responderá a um processo criminal. O andamento da investigação pode atrapalhar os planos de Trump de retornar à Casa Branca nas eleições de 2024.

Sudan Necheles, uma das advogadas do ex-presidente, disse que não houve notificação por parte da promotoria de Manhattan. “Por se tratar de uma acusação política, o gabinete do promotor distrital se engajou na prática de vazar tudo para a imprensa ao invés de entrar em contato com os advogados do presidente Trump, como fariam em um caso normal”, afirmou.

A promotoria, de acordo com os advogados de Trump, teria solicitado que o ex-presidente comparecesse ao grande júri. A medida foi vista como um indicativo que a acusação pode, de fato, ocorrer, uma vez que em Nova York possíveis réus são notificados e convidados a se apresentar ao júri antes do fim da investigação.

O foco da apuração, porém, não é puramente o pagamento que teria sido feito à Daniels. Os promotores investigam os reembolsos feitos pela Organização Trump para o advogado Michael Cohen e possíveis falsificações de registros comerciais, o que é considerado crime. Cohen cumpriu três anos de pena após condenação, em 2018, por irregularidades como evasão de impostos e irregularidades no financiamento de campanha.

O incorporador imobiliário e ex-apresentador de reality shows também é alvo de outras investigações. Uma delas, que corre na Georgia, é a que apura a suposta tentativa de Trump e aliados de manipular o resultado das eleições presidenciais de 2020, quando o republicano perdeu no estado para o rival democrata Joe Biden.

Uma investigação federal, conduzida pelo Departamento de Justiça dos EUA, investiga o caso dos documentos sigilosos encontrados no resort de Mar-a-Lago, onde Trump vive. O ex-presidente guardava papéis confidenciais mesmo após ter deixado a Presidência.

Trump também pode ser responsabilizado pela invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Na ocasião, o ex-presidente inflamou apoiadores, que invadiram e depredaram a sede do Legislativo americano contra o resultado das eleições.

Metrópoles