Bolsonarizado, O Globo confunde opinião com fake news
Foto: Reprodução
O jornal O Globo qualifica falas de Lula sobre o golpe contra Dilma e sobre a operação da PF que vitimiza Moro como “fake news”, mas Lula deixou sempre bem claro que quando cita o impeachment sem crime de responsabilidade de Dilma e a operação que coloca Moro (indevidamente) como alvo primordial do PCC, está apenas dando sua opinião sobre esses fatos. Confira a matéria, a seguir
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma plataforma oficial de checagem de informações para combater a disseminação de fake news nas redes sociais. A exemplo do que fez na campanha eleitoral, o petista irá selecionar publicações para dizer se é ou não verdadeira, mas agora utilizando a estrutura do governo.
A iniciativa, contudo, tem sido alvo de críticas por ter sido anunciada três dias depois de o próprio presidente dizer, sem provas, que uma operação da Polícia Federal que debelou um plano contra o senador Sergio Moro (União-PR) era “armação”.
“Aguardo ansiosa na página brasil contra fake que a secom esclareça que a Operação Sequaz é de verdade”, publicou a deputada federal Rosângela Moro (União-SP), um dos alvos da facção criminosa investigada pela PF.
“A Campanha do Governo Federal “Brasil contra Fake” justamente na semana em que o PRESIDENTE comete fakenews é uma surra na cara dos Brasileiros”, afirmou Fabio Wajgarten, o ex-secretário de Comunicação Social de Jair Bolsonaro.
Nas redes sociais, outros usuários também cobram Lula a “falar a verdade” sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, chamado de golpe pelo petista e apoiadores do partido.
A ideia do governo é reunir desmentidos em uma plataforma vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência, comandada pelo ministro Paulo Pimenta. A página, contudo, não explica o critério utilizado pelo governo para determinar quais fake news serão alvo de desmentidos e nem há um espaço para enviar sugestões.
Não há na lei brasileira uma definição sobre o que é desinformação — o projeto de lei das fake news, que busca regulamentar o assunto, ainda está em discussão no Congresso. O vácuo amplia o risco, por tornar a caracterização mais genérica, segundo especialistas.
Entre as publicações já desmentidas, estão notícias que rebatem fake news sobre o desligamento de bombas do Rio São Francisco, sobre captação de recursos via Lei Rouanet pela cantora Ludmilla e até que Lula teria sido impedido de entrar no Palácio da Alvorada, residência oficial.
Um vídeo veiculado nas redes sociais de Lula e de petistas alerta que informações falsas podem destruir a democracia, relações familiares e reputações. “É hora de frear o ódio, parar de repassar informações falsas, checar os fatos e suas fontes. Porque quem espalha fake news, espalha destruição.”
Esta não é a primeira iniciativa do governo Lula para determinar o que é ou não fake news. Em janeiro, a Advocacia-Geral da União criou uma estrutura destinada ao combate à desinformação.