Bolsonaro já tinha defesa pronta para joias antes de caso explodir

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Foto: Mauro Pimentel/AFP

Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle já esperavam pelo escândalo das joias e deixaram a defesa preparada, incluindo reações para as redes sociais.

É o que apurou a coluna nesta segunda, 6.

Apreensivos com a chegada do PT ao poder – e com todos os movimentos suspeitos que fizeram para reaver as joias apreendidas pela Receita – decidiram preparar com antecedência uma “narrativa” sobre o caso revelado pelo Estadão.

Foi em reunião com auxiliares da área jurídica e de comunicação que surgiu a ideia da primeira reação de surpresa de Michelle no Instagram, colocando a culpa na imprensa: “Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein? Estou rindo da falta de cabimento dessa imprensa vexatória”.

Como a coluna mostrou, o “presente das arábias” é escandaloso para Michelle não só do ponto de vista ético, moral e jurídico, mas também religioso.

Agora, se torna ainda pior porque mostra a preocupação prévia com o escândalo, assim como as reações “arranjadas” para conter danos de imagem.

O próprio ex-presidente foi a público para dizer que “está sendo acusado de um presente que não pediu, nem recebeu”.

Não faz muito sentido, já que o ex-mandatário se esforçou para retirar as valiosas peças das mãos da Receita. É o que mostra a imprensa até aqui.

Depois, Bolsonaro ainda usou o cartão corporativo – método de gastos do governo conhecido do grande público – como “álibi”, mesmo que uma coisa não tenha nada a ver com a outra.

“Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade. Veja o meu cartão corporativo pessoal. Nunca saquei, nem paguei nenhum centavo nesse cartão”.

É parte da narrativa, criando a ideia de que uma grande injustiça está sendo cometida contra eles.

A ex-primeira-dama e seu marido ainda foram ajudados por Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social de Bolsonaro.

Ele foi às redes sociais, com uma série de manifestações e documentos, para dizer que nem o ex-presidente, nem Michelle sabiam do presente de R$ 16 milhões.

Inverossímil, mas tudo parte da estratégia.

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