Bolsonaro só ficou com presentes sauditas caros
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O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu, com interesse pessoal, o conjunto de joias de ouro branco e diamantes dados pelo rei da Arábia Saudita, Salman Bin Abdulaziz Al Saud, em outubro de 2019. Nem todos os presentes ofertados pelo rei saudita naquela viagem, porém, interessaram a Bolsonaro.
Além da terceira caixa de joias, revelada pelo “Estadão” na terça-feira e avaliada em cerca de R$ 500 mil, o ex-presidente brasileiro também trouxe para o Brasil duas caixas de presentes perecíveis, sendo uma com dois frascos de essências e outra com dez garrafas de azeite de oliva extra virgem. Havia ainda, dentro de uma dessas caixas, seis sacos de café árabe e duas embalagens de tâmaras.
Sobre as joias, Bolsonaro não teve dúvidas e tratou de enviá-las para seu acervo pessoal, em vez de encaminhar como bens do Estado brasileiro, como determina a lei. Já sobre os itens perecíveis, estes foram submetidos ao mais alto rigor do processo de vistoria.
No dia 11 de novembro de 2019, dez dias depois de então presidente e sua comitiva voltarem ao Brasil, um “atestado de vistoria” do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo determinou que, por questões de segurança, “todo tipo de alimento, sólido ou líquido, não cheguem ao destinatário”.
No dia 12 de novembro, esse recado foi repassado ao Palácio da Alvorada, onde morava Jair Bolsonaro. Um ofício detalha os itens e relembra que foi enviado pela mais alta autoridade da Arábia Saudita, seu rei, mas que, após a auditoria, “tal verificação não atesta se o presente está apto para consumo, conforme informação do responsável pela análise”.
Costuma ser praxe presidentes da República não consumirem itens como alimentos, por envolver riscos de contaminação.