Chefe do GSI nega golpismo
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Em sua primeira declaração depois da tentativa de golpe no dia 8 de janeiro, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, disse que a atuação de integrantes de sua pasta no episódio está sendo alvo de sindicâncias internas. GDias, como é conhecido, também minimizou a avaliação de que perdeu prestígio com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois da invasão do Palácio do Planalto.
Diário Oficial da União: Lula tira Abin do GSI e oficializa transferência do órgão de inteligência para Casa Civil
— O problema é de quem fala isso (que a sua atuação passou a ser mal avaliada). Meu cargo sempre esteve à disposição do presidente — respondeu Dias ao GLOBO nesta quinta-feira, ao ser perguntado como fica a sua situação do governo após o episódio.
O GSI tem, entre as suas atribuições, analisar e acompanhar questões com potencial de risco à estabilidade institucional e coordenar ações de defesa dos palácios presidenciais. O ministro disse que não gostaria de comentar a invasão das sedes dos Poderes porque “há muitos processos” que tratam do caso. Em relação ao papel do seu ministério em 8 de janeiro, disse que também não poderia falar por causa das “sindicâncias internas”.
Na primeira semana de governo, antes da invasão do Planalto, Dias circulava com frequência pelo palácio e costumava almoçar no restaurante do anexo, onde servidores e jornalistas que cobrem o governo têm por hábito fazer suas refeições. Depois da tentativa de golpe, o ministro não foi mais visto no local.
— Eu continuo por aqui normalmente — respondeu o ministro, negando ter mudado sua rotina.
Nesta quinta-feira, o governo oficializou, em publicação no Diário Oficial da União, a transferência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do GSI para a Casa Civil da Presidência da República.
Gdias atuou no comando da segurança pessoal do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2009. Na época, ficou conhecido como “sombra” de Lula, ao estar ao lado do petista em todos os deslocamentos, de compromissos oficiais a programas mais amenos, como pescaria.
Após as duas primeiras gestões de Lula, GDias foi chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Neste, período foi promovido ao posto de general.
Na campanha, GDias voltou a dar apoio à equipe de segurança do petista. A empresa de segurança do militar foi contratada para auxiliar na montagem dos eventos que Lula participou pelo país.