Explicações de Bolsonaro sobre joias não convenceram nem aliados

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Foto: Poder 360

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro ouvidos pelo blog duvidam das explicações dadas por ele e pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro sobre o caso das joias recebidas como presidente da Arábia Saudita e não declaradas à Receita Federal.

Bolsonaro e Michelle dizem que não sabiam dos presentes e que, ao tomarem conhecimento, decidiram que os itens deveriam ser incorporados ao acervo público da Presidência da República.

Os antigos aliados de Bolsonaro levantam duas dúvidas principais:

se o presente deveria ser incorporado ao acervo público, por que um assessor do então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) tentou entrar com a caixa de forma clandestina?
se Bolsonaro não tinha intenção de incorporar os itens a seu patrimônio pessoal, por que promoveu uma operação especial para tentar reaver as joias três dias antes de deixar o cargo?
Quanto à primeira pergunta, aliados de Bolsonaro afirmam que, se o trâmite era oficial, o correto seria ter adotado, desde o início, os caminhos regulares de entrada de um presente diplomático.

“Se tentou entrar com os presentes escondidos numa mochila é porque estavam tentando camuflar algo”, afirmou um interlocutor de Bolsonaro no Centrão.

A segunda dúvida diz respeito à ação do presidente Bolsonaro, já em dezembro de 2022, de acionar até um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) e o então secretário da Receita Federal em uma última tentativa para liberar as joias.

“Se as joias eram um presente a ser incorporado pelo acervo público, para que tanto esforço a três dias de deixar o governo? Quando Michelle já não teria mais como usar os presentes para, depois, devolver para o acervo público”, questiona outro aliado de Bolsonaro.

Nesta segunda-feira (06), o ministro da Justiça, Flavio Dino, vai pedir oficialmente à Polícia Federal para abrir investigação sobre os presentes enviados pela Arábia Saudita ao ex-presidente Bolsonaro e sua mulher, avaliados em R$ 16,5 milhões.

Segundo o ministro, os indícios apontam para uma tentativa de entrada irregular de presentes oficiais, que poderiam acabar tendo um destino diferente do oficial, que seria a incorporação ao acervo público.

G1