Mercado volta a pressionar Lula por falar em redução de juros
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O dólar opera com forte oscilação nesta sexta-feira (3/3), com os investidores repercutindo as novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao comandante do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Pouco depois das 10 horas, a moeda americana subia 0,03%, próxima da estabilidade, cotada a R$ 5,205 na venda.
Na cotação máxima da primeira hora da sessão, o dólar foi a R$ 5,215. Na mínima, recuou para R$ 5,185.
Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,2%, a R$ 5,202. Com o resultado, a moeda acumula alta de 0,08% nesta semana e, no ano, queda de 1,42%.
Desde o início da sessão, o dólar vem alternando altas e baixas. Na quinta-feira (2/3), em entrevista à Rádio BandNews FM, Lula voltou a subir o tom contra Campos Neto e criticou a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano.
“Este país tem uma pessoa que foi eleita para presidi-lo. Mesmo assim, essa pessoa não tem autonomia. Eu tenho que prestar contas ao Congresso Nacional, eu tenho que prestar contas à Câmara, ao Senado, ao Tribunal de Contas da União, à sociedade brasileira, aos meios de comunicação que estão toda hora cobrando. Ora, por que esse cidadão (Campos Neto), que não foi eleito para nada, acha que tem o poder de decidir as coisas?”, indagou o presidente da República.
“Isso não é bravata minha porque não tenho interesse de ficar brigando com presidente do Banco Central. A única coisa que eu acho é o seguinte: este país não pode ser refém de um único homem”, completou Lula.
Além da preocupação com o choque entre o governo federal e o BC no Brasil, o mercado está em compasso de espera por novas definições da política monetária nos países desenvolvidos, principalmente os Estados Unidos.
Principal índice da Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa abriu a última sessão da semana em alta de 0,22%, aos 103.548,53 pontos.
No dia anterior, o indicador fechou em queda de 1%, aos 103,3 mil pontos, derrubado pelas declarações do novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Com o resultado, o Ibovespa acumula perdas de 5,84% no ano.