PL já desistiu de candidatura Bolsonaro
Foto: Cristiano Mariz/O Globo
Jair Bolsonaro volta ao Brasil nesta manhã de quinta-feira com um salário de R$ 41 mil por mês, um escritório montado pelo PL e assistentes bancados pelo partido. Apesar do tapete vermelho estendido pela legenda, é consenso para a maioria dos parlamentares da ala política e da cúpula da sigla que, hoje, o ex-presidente tem mais valor como cabo eleitoral do que candidato.
A avaliação é que, quando Bolsonaro apoia outra pessoa, ele consegue transferir seus votos em quantidade maior do que a rejeição que carrega consigo. Um dos exemplos disso seria Michelle Bolsonaro, que traz o apoio dos eleitores do marido, mas não a rejeição dele.
Bolsonaro ainda nutre o sonho de voltar a concorrer à Presidência e diz a aliados que seria o único capaz de derrotar Lula numa nova disputa. Já boa parte do PL o vê como “carta fora do baralho” para ser candidato e acredita que sua inelegibilidade é certa. A leitura é a mesma nas demais legendas do centrão que apoiam o capitão.
O PL, no entanto, tem Bolsonaro no centro de seu projeto para as eleições municipais de 2024. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, fez um plano para que Bolsonaro rode o Brasil e ajude o partido a ampliar o número de seus prefeitos. Hoje, o PL tem quase 400 prefeituras e a meta é chegar a mais de 1 mil no ano que vem. Há dúvida, porém, se o capitão vai colaborar.
Valdemar repete a correligionários que é grato a Bolsonaro pela expansão do PL, mas, nos bastidores, admite que as chances de o ex-presidente seguir elegível é pequena. A expoentes da sigla chegou a informação de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode iniciar, em abril, o julgamento de uma das ações que pode colocar fim aos direitos políticos de Bolsonaro.