Zema se dá aumento de 300% e congela salários de servidores
Foto: Marcos Corrêa/PR
Romeu Zema trabalha para convencer a opinião pública, por meio das redes sociais, que o aumento de quase 300% em seu salário, do vice e de seus secretários em Minas Gerais será necessário para “atrair e manter os mais competentes nos quadros técnicos” do estado após “15 anos de congelamento” dessas remunerações. Beleza.
Só que Zema não menciona que, desde o primeiro ano de mandato, em 2019, está às voltas para quitar uma dívida dos cofres mineiros com a União num montante superior a R$ 150 bilhões. Um quadro financeiro herdado de gestões anteriores e, ainda assim, pouco favorável a aumentos tão significativos em gastos públicos quanto o que o governador propõe agora.
A remuneração dele deve passar de R$ 10,5 mil, estipulados desde 2007, para R$ 41,8 mil até 2025, se a ideia prosperar entre os deputados estaduais — Zema diz doar os valores.
Além do déficit, Zema atropela a solução que sua equipe propôs para saná-lo: a adesão a um regime de recuperação fiscal que, entre outras regras, congela os salários dos servidores públicos por dez anos.
Nele, os funcionários deixariam de ser reajustados pela inflação por um período de dez anos (e os aumentos estariam atrelados a uma taxa baseada no crescimento vegetativo da folha de pagamentos).