Após denúncias, TRF4 recua de prisão de Tacla Duran
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O desembargador do Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF-4) Marcelo Malucelli enviou um ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) para comunicar que não determinou a prisão de Tacla Duran, apontado como operador financeiro da Odebrecht.
“Reitero que em nenhum momento foi decretada por este Relator a prisão do requerente RODRIGO TACLA DURAN”, escreveu Malucelli no documento encaminhado nesta sexta-feira à presidente do STF, Rosa Weber. O desembargador esclarece que decidiu apenas sobre um incidente de suspeição, que não altera a situação de Tacla Duran.
O esclarecimento foi feito pelo magistrado após vir à tona a informação de que ele teria assinado uma ordem de prisão contra Tacla Duran, mesmo tendo uma relação indireta com o senador Sergio Moro, que é um dos alvos do operador. Por decisão do ministro recém-aposentado Ricardo Lewandowski, o caso deve ser analisado no STF.
“Da mesma forma – e por consequência – a decisão prolatada na Correição Parcial é restrita ao quanto postulado, não havendo possibilidade de expandi-la a outra questão – a exemplo de decreto prisional -, inexistente na decisão”, escreveu.
Malucelli é pai do advogado João Eduardo Malucelli, sócio do ex-juiz da Lava-Jato no escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados, como informou a coluna de Lauro Jardim. Ao colunista, a assessoria de Moro disse que “ele e a mulher, a deputada Rosangela (também sócia do negócio), estão ‘afastados das atividades do escritório desde o início do mandato parlamentar (em fevereiro), permanecendo no quadro social somente como associados”.
No mês passado, ao prestar depoimento ao juiz Eduardo Appio, novo responsável pela 13ª Vara Federal de Curitiba, Tacla Duran afirmou ter sido vítima de um suposto esquema de extorsão envolvendo Moro e mencionou o ex-procurador Deltan Dallagnol.