CNJ investiga farsa de Moro contra Tacla Duran
Foto: Lucas Castor/Agência CNJ
O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, abriu ontem um procedimento para apurar a conduta do desembargador Marcelo Malucelli no processo que envolve o advogado Rodrigo Tacla Duran e o ex-juiz e atual senador Sergio Moro.
O corregedor deu cinco dias para que Malucelli se manifeste a respeito de movimentações recentes no processo.
O procedimento no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) pede explicações sobre uma suposta ordem do desembargador de prisão preventiva do advogado neste mês. O ato contrariaria uma decisão de março do ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski, que determinava a suspensão das ações penais envolvendo Tacla Duran. Vínculo com Moro também foi citado. O ministro Salomão cita notícias veiculadas pela imprensa sobre a amizade do desembargador com Moro, adversário de Tacla Duran. Assim, todo esse cenário pode sugerir (…) alguma falta funcional com repercussão disciplinar por parte do desembargador Marcelo Malucelli, o que exige atuação desta Corregedoria Nacional de Justiça, para melhor compreensão dos fatos aqui narrados.”Trecho da decisão do corregedor nacional de Justiça
Malucelli negou ter determinado a prisão do advogado. Isso ocorreu em ofício enviado na última quarta (12) ao STF, segundo reportagem da Folha. Desembargador é pai de advogado sócio de Moro. O colunista do UOL Chico Alves noticiou nessa semana que João Eduardo Barreto Malucelli, sócio do ex-juiz no escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados, é filho de Malucelli. A deputada federal Rosângela Moro também faz parte da sociedade na capital paranaense.
Advogado fez acusações de tentativa de extorsão. Em março, Tacla Duran depôs de forma remota ao juiz Eduardo Appio, atual responsável pelos processos da Lava Jato, em que disse ter sofrido tentativa de extorsão por pessoas próximas a Moro para não ser preso nas investigações da operação. A denúncia do advogado virou notícia-crime contra o senador. E também contra o atual deputado federal e ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos-PR), o advogado Carlos Zucolotto Júnior e o assessor do senador Fábio Aguayo. O caso tramita no STF. Moro afirmou estar afastado das atividades do escritório desde o início de seu mandato como senador em fevereiro. Entretanto, o senador ressaltou que permanece “no quadro social somente como associado”.