Conflitos por terras dispararam sob Bolsonaro

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Foto: Raimundo Paccó/UOL

O número de conflitos por terra na era Bolsonaro foi o maior de todos os governos desde a redemocratização do país, em 1985. Os dados de 2022 foram divulgados hoje pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), entidade ligada à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Em 2022, foram registrados 1.572 ocorrências de conflitos por terra no país, ou 16,7% a mais em relação ao ano anterior

Ao todo, 181 mil famílias vivem em áreas com esse tipo de conflito no Brasil Em 2022, o tipo de violência mais grave ocorrido foi a invasão de territórios, que afetou 95.578 famílias em todo o país Desde 2019, os povos indígenas são os que sofrem com violências geradas por esses conflitos. O documento ainda cita que a paralisação da reforma agrária agravou o cenário e gerou ainda mais tensão nas áreas rurais. Segundo os da CPT, somente nos últimos quatro anos foram 5,6 mil conflitos por terra, 42% a mais que na gestão anterior.

Veja números por governo: Sarney (1985-1990) – 2.973 Collor/Itamar (1990-1994) – 1.885 FHC 1 (1995-1998) – 2.502 FHC 2 (1999-2002) – 2.610 Lula 1 (2003-2006) – 2.949 Lula 2 (2007-2010) – 2.2240 Dilma 1 (2011-2014) – 3.268 Dilma 2/Temer (2015-2018) – 3.973 Bolsonaro (2019-2022) – 5.650 De acordo com os dados de 2022, foram os fazendeiros eram que mais apareciam em conflitos por terra, com 23% das ocorrências, seguidos pelo próprio do governo federal (que é dono de terra), que aprece 16% dos casos.

Quem foram afetados pelos conflitos de terra 2022: Indígenas – 28% Quilombolas – 16% Posseiros – 19% Sem-terra – 12% Assentados – 9% Outros – 15%

Ainda de acordo com a CPT, a Amazônia Legal tem se destacado como a região com mais conflitos: 1.107 em 2022, na região da Amazônia Legal, o que significa mais da metade de todos os conflitos. O número foi o segundo maior já registrado na série histórica, atrás apenas de 2020. Além disso, nos últimos dez anos o número de famílias afetadas na região aumentou de forma significativa, ultrapassando a marca de 100 mil após 2018. A região da Amazônia Legal tem sido marcada por um crescente número de conflitos por terra nos últimos dez anos, com agravamento da situação após 2016. Dos 47 assassinatos no campo registrados no Brasil em 2022, 34 ocorreram na Amazônia Legal, o que representa 72,35% de todos os assassinatos no país.”CPT

No ano passado houve também aumento na violência contra perssoas. Segundo a CPT, foram 553 ocorrências, que vitimaram 1.095 pessoas. O número de casos é 50% maior do que o registrado em 2021, quando foram 368 casos de agressão, ameaças ou homicidios. Em 2022 foram 47 assassinatos por conflitos no campo, uma alta de 30,5% em relação a 2021 (36) e 123% em comparação com os dados registrados em 2020 (21). 123 pessoas foram ameaçadas no ano passado, um número 272% a mais que que as 33 registradas em 2021. Foi o maior registro do século até aqui. De 2019 a 2022, nove ) adolescentes e uma criança foram assassinados no campo.

Essa é a 37ª edição do documento da CPT, que é lançado anualmente e se tornou a mais importante publicação a contabilizar conflitos, violência e mortes no campo no país.

Uol