Pressões de esquerda e direita sobre Zanin irritam Lula

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Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

O presidente Lula (PT) tem demonstrado irritação com críticas e ataques a Cristiano Zanin, seu advogado na Lava Jato e um dos favoritos a ocupar a vaga aberta no STF, e também com as sugestões de outros nomes feitas por opositores e aliados do petista.

Lula não esconde o incômodo com o tom da disputa ao falar, nos bastidores, sobre a indicação do substituto de Ricardo Lewandowski, disseram ao UOL interlocutores do presidente.

O presidente tem afirmado que não compactua com tentativas de viabilizar ou derrubar candidaturas por meio de intrigas. Ele considera covardes alguns ataques contra Zanin, que teve suas credenciais para vaga questionadas por adversários. Mais recentemente, veio à tona a informação de que o criminalista é alvo de ação de três ex-babás de seus filhos e o rompimento com o ex-sócio e sogro, Roberto Teixeira. O chefe do Executivo também tem demonstrado impaciência com a crescente pressão por parte de aliados. Entidades de esquerda e movimentos identitários têm pedido a indicação de uma mulher negra — o petista já disse publicamente não ter esse compromisso. Lula argumenta que críticas antes de seu anúncio visam influenciá-lo numa decisão que cabe exclusivamente a ele. Segundo o presidente, sua escolha será “altamente gabaritada do ponto de vista jurídico” — e, na avaliação dele, Zanin tem as qualificações necessárias. O temor do petista é que a corrida pelo STF e o recrudescimento de ataques mútuos acabem respingando no Planalto. Na visão do presidente, a briga expõe e enfraquece o governo, e a pressão, em especial de aliados, tem como efeito deslegitimar seus critérios de escolha. O indicado por Lula ao Supremo herdará processos de interesse do Planalto, como mostrou o UOL. O acervo vai desde mudanças na Lei das Estatais a ações contra adversários, como Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava Jato.

O advogado Manoel Carlos de Almeida Neto. Nome defendido por Lewandowski, foi o principal assessor do recém-aposentado ministro por dez anos no Supremo. O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União. O ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça. O advogado Pedro Serrano. Ele tem o apoio de alguns setores da advocacia.

Uol