PSDB do RS está tão perdido quanto o partido todo
Foto: Divulgação/Gustavo Mansur
Primeiro governador do Rio Grande do Sul a conseguir a reeleição desde a redemocratização, Eduardo Leite (PSDB) busca transformar seu segundo mandato na principal vitrine nacional da gestão tucana. O gaúcho que assumiu a presidência do PSDB vem tentando equilibrar em seus primeiros cem dias acenos estratégicos ao presidente Lula com esforços para construir um discurso de oposição ao PT mirando uma candidatura à Presidência em 2026.
Após os tucanos perderem o comando de São Paulo, maior colégio eleitoral do país que foi governado pelo partido por 28 anos seguidos, o Rio Grande do Sul se tornou uma das boias de salvação da sigla. Apesar de ser cobrado como presidente do PSDB a endurecer o discurso contra Lula, Leite tenta moderar sua retórica, já que o estado vive em regime de recuperação fiscal e depende de parcerias com o governo federal para seus investimentos.
“Minha posição é delicada, pois sou presidente de um partido que está na oposição e ao mesmo tempo governador de um estado”, resumiu Leite recentemente em entrevista à Jovem Pan.
Neste ano, ele já alfinetou Lula pelas críticas do petista ao Banco Central, dizendo que suas “manifestações demonstram pouco entendimento do que é governo e do que é estado”. Por outro lado, já elogiou a “postura de diálogo” que o chefe do Executivo mantém com os governadores.
Na presidência do PSDB, ele já enfrenta a primeira crise. Segundo publicou o jornal O Estado de S. Paulo, o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando — ligado a João Doria e a Rodrigo Garcia — cogita acionar a Justiça para questionar a reunião que formalizou a escolha do gaúcho para o cargo.
No Rio Grande do Sul, seus primeiros meses foram marcados pela grave crise climática que a região enfrenta, com várias cidades decretando situação de emergência por conta da estiagem. Em resposta, ele vem anunciando medidas de combate à seca e também levou demandas ao governo federal para enfrentar o problema.