Anderson Torres promete responder questões “fatais”
Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
Preso há quase cinco meses, Anderson Torres presta novamente depoimento à PF hoje, às 14h30.
Duas semanas atrás, a defesa do ex-ministro conseguiu que a PF adiasse a oitiva. Alegou que a saúde de Anderson havia sofrido uma “drástica piora”. Depois, tentou com o mesmo argumento que Alexandre de Moraes concedesse a ele prisão domiciliar. Moraes recusou o pedido.
Hoje, Anderson vai falar no inquérito que apura as ações da PRF às vésperas do segundo turno das eleições.
Ali, houve o envolvimento direto do ex-ministro no processo eleitoral. Foi ele quem determinou que uma assessora, a delegada Marília Alencar, produzisse um “boletim de inteligência”, detalhando os locais em que Lula havia sido mais votado no primeiro turno. Para a PF, o material serviu para que Anderson botasse de pé a tentativa de atrapalhar a chegada dos eleitores aos locais de votação nestas regiões, com a célebre operação feita pela PRF no dia 30 de outubro.
Entenda: A irritação do general Cid, pai do ex-braço-direito de Bolsonaro, com o abandono do filho
Vai ter que responder também sobre sua viagem fora de agenda de Anderson à Bahia, num avião da FAB, dias antes do segundo turno. Acompanhado do então diretor da PF Marcio Nunes, foi pressionar o então superintendente regional, Leandro Almada, a atuar na operação no dia da eleição, dando apoio à PRF.
O cerco sobre Anderson está prestes a ganhar novos ingredientes. O primeiro deles, será sentido no bolso. A PF abriu um processo administrativo que deverá resultar no corte do salário que o ex-ministro da Justiça ainda recebe. Sua remuneração como delegado da PF é de cerca de R$ 30 mil mensais.
Num segundo momento, o lance mais radical: Anderson será expulso da corporação.