Assessores de Bolsonaro forjaram vacinação antes de viajar
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Max Guilherme Machado de Moura e Sérgio Rocha Cordeiro, presos na operação da PF, tiveram dados falsos de vacinação contra covid-19 inseridos no sistema do Ministério da Saúde antes de serem nomeados assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro e viajarem com ele aos EUA no final do mandato.
De acordo com a PF, Max Guilherme e Sérgio Rocha Cordeiro emitiram certificados de vacinação com dados falsos. A fraude, ainda segundo a PF, ocorreu em vésperas de viagens aos Estados Unidos e de retornos ao Brasil.
As viagens tinham como objetivo acompanhar Bolsonaro nos EUA. Os dois passaram a integrar oficialmente a equipe da assessoria em 1º de janeiro de 2023. Max Guilherme e Sérgio Cordeiro foram nomeados assessores de ex-presidente em portarias do dia 26 de dezembro de 2022. Quatro dias antes, os dados falsos de vacinação haviam sido inseridos nos cadastros de ambos no Ministério da Saúde por João Carlos Brecha, secretário municipal de Duque de Caxias.
Em nome de Max Guilherme, há três registros: Ele embarcou de Brasília para os EUA no dia 27 de dezembro de 2022. No dia anterior, às 22h07min, ele acessou o aplicativo ConecteSUS e emitiu um certificado nacional de vacinação contra covid-19 em língua portuguesa. O assessor voltou ao Brasil no dia 29 de janeiro de 2023. No mesmo dia, ele emitiu outro certificado de vacinação pelo ConecteSUS em língua inglesa contendo os dados falsos de duas doses da vacina da Pfizer. Max voltou a emitir mais um certificado de vacinação em inglês pelo aplicativo do Ministério da Saúde, desta vez no dia 8 de março de 2023. Cinco dias depois ele embarcou para os Estados Unidos para fazer a segurança de Jair Bolsonaro em agenda nas cidades de Deerfield Beach e Orlando. Sérgio Rocha Cardoso também emitiu certificados de vacinação com dados falsos, segundo a PF: Ele embarcou como integrante da comitiva de Bolsonaro para Orlando (EUA) no dia 30 de dezembro de 2022. Uma semana antes, emitiu dois certificados de vacinação pelo aplicativo ConecteSUS. Segundo a PF, a emissão aconteceu no dia seguinte à inserção dos dados falsos no sistema. O assessor embarcou para o Brasil no dia 29 de janeiro de 2023. No mesmo dia, ele emitiu outro certificado de vacinação com os registros falsos de duas doses do imunizante da Pfizer. Sérgio Cordeiro também voltou aos Estados Unidos em março para fazer a segurança do ex-presidente em agenda internacional. No mesmo dia da viagem, 13 de março, ele emitiu mais um certificado de vacinação digital em língua inglesa.
Para a PF, as diversas emissões de certificados de vacinação demonstram que os dois assessores tinham ciência das inserções fraudulentas dos dados de vacinação realizadas pelo secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha. Além disso, a emissão do documento em língua inglesa e em datas próximas a viagens internacionais fortalecem indícios de uso reiterado de documento ideologicamente falso.