Bolsonaro reclama de pressão por falsificar cartão vacinal
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O ex-presidente Jair Bolsonaro negou ter adulterado o cartão de vacinação, após uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal na casa dele, em Brasília. A ação investiga possível fraude em dados do Ministério da Saúde. O ex-chefe do Executivo também teve o celular apreendido.
“Não existe adulteração da minha parte. Não tomei a vacina. Ponto final. Em momento algum falei que tomei a vacina, e não tomei”, afirmou Bolsonaro a jornalistas, em frente a sua casa, em um condomínio no Jardim Botânico.
Segundo Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle, que também é citada no caso, se imunizou nos Estados Unidos, em 2021. “Ela tomou a vacina nos Estados Unidos, da Janssen. E outra: minha filha, que eu respondo por ela, a Laura, de 12 anos, não tomou a vacina também. Fico surpreso com a busca e apreensão por esse motivo”, argumentou.
Já em entrevista à Jovem Pan, Bolsonaro ressaltou ter percebido “constrangimento” de agentes durante a operação. “Fui tratado muito bem. Em nenhum momento houve exagero, voz alta, falta de educação”, relatou. “Senti constrangimento em alguns policiais federais”, acrescentou.
Conforme o ex-chefe do Executivo, a decisão de não se imunizar contra a covid-19 ocorreu após “ler o que chamo de bula da Pfizer”. O ex-chefe do Executivo também explicou, mais uma vez, que Michelle se vacinou nos Estados Unidos. “Ela passou mal logo ao voltar ao Brasil. Ano passado, voltou a ter uma crise, que o médico chegou a falar que foi por conta da vacina”, frisou.
Sobre Laura, destacou que, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a vacinação para crianças de 5 a 12 anos, ele escolheu não imunizar a filha por ainda ser uma “vacina experimental”.
“Quando a Anvisa falou que ia abrir a vacina para crianças de 5 a 11 ou 12 anos, eu liguei lá (…) e falei: ‘Mas aqui está entre possíveis efeitos colaterais palpitações, dor no peito e falta de ar’. E perguntei: ‘O médico vai fazer o que para conter esses sintomas?’. Então, minha filha não vai tomar a vacina, é experimental a vacina”, contou. “Minha filha, atualmente, tem um atestado médico que ela está dispensada de tomar vacina.”
O ex-chefe do Executivo reclamou de perseguição. “Chamo de operação para te esculachar. Podia perguntar sobre vacina para mim, sobre cartão, eu respondia, sem problema nenhum. Agora, é uma pressão enorme 24 horas por dia, o dia todo, desde antes de eu assumir a Presidência até agora, não sei quando isso vai acabar”, afirmou, chorando. “Por que eu fico emocionado? Mexer comigo, sem problema, agora, quando vai para esposa, filho…”
Ele também argumentou que ia viajar “a um país europeu, talvez a Itália” e perguntou se o país exigia vacinação contra a covid-19. “Se é assim (obrigatório o comprovante), eu não viajo.”
“O tratamento dispensado ao chefe de Estado é diferente do cidadão comum. Tudo é acertado antecipadamente, e em minhas idas aos Estados Unidos, em nenhum momento foi exigido meu cartão vacinal”, sustentou.
Pelo Instagram, Michelle afirmou desconhecer o motivo da operação. Ela enfatizou que os advogados não tiveram acesso aos autos. “Hoje (ontem), a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo, e o nosso advogado não teve acesso aos autos”, escreveu. “Apenas o celular do meu marido foi apreendido. Ficamos sabendo, pela imprensa, que o motivo seria ‘falsificação de cartão de vacina’ do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas eu fui vacinada”, acrescentou.