Bolsonaro se gaba de “controlar” Mauro Cid
Foto: Alan Santos I PR I Divulgação
Preso desde o último dia 3, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, prestará depoimento nesta quinta-feira (18) à Polícia Federal sobre as suspeitas de inserção de dados falsos sobre vacinação contra covid nos sistemas do Ministério da Saúde. Na terça-feira (16), Bolsonaro disse à PF que não sabia do esquema para falsificar seu certificado de vacinação e que, se o tenente-coronel Mauro Cid arquitetou tudo, foi “à revelia e sem o seu conhecimento”.
Aliados do ex-presidente ouvidos pela coluna afirmam que a expectativa para a fala de Cid hoje é de relativa tranquilidade. Ex-assessores e auxiliares de Bolsonaro dizem acreditar na lealdade do tenente-coronel e apontam que não havia razões para que ele implique o ex-presidente em qualquer conduta ilícita.
“Tranquilidade” e “sob controle” foram algumas das expressões adotadas por integrantes do entorno de Bolsonaro em conversa com o UOL. Há, inclusive, quem aposte que Cid pode até mesmo admitir as fraudes na carteira de vacinação dele e de sua família, mesmo assim poupando o ex-chefe.
Cid deixará o Batalhão do Exército em direção à PF escoltado pela Polícia do Exército, já que a custódia está a cargo dos militares. O depoimento está marcado para as 14h30. Logo após o término da oitiva, o ex-assessor de Bolsonaro será levado de volta à prisão militar, onde está detido desde o último dia 3. Militares que estiveram com Cid nos últimos dias afirmam que ele continua aparentando tranquilidade e recebendo as visitas, conforme os horários previstos na prisão militar.
Por mais que haja sinais de que uma delação por parte de Cid poderia estar mais próxima — principalmente em razão da mudança de advogado — interlocutores de Bolsonaro seguem considerando a possibilidade remota. Além de defenderem a inocência do ex-presidente, a avaliação deles é que Cid — como um militar treinado sob pressão — não trairia ou falaria algo que pudesse prejudicar Bolsonaro.