Comandante da PM no 8/1 é preso pela 2a vez pela mesma razão
Foto: Cristiano Mariz / Agência O Globo
Agentes da Polícia Federal cumprem um mandado de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão na 12ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada nesta terça-feira. Um dos alvos é o major da Polícia Militar do Distrito Federal Flávio Silvestre de Alencar, que comandou tropas no dia 8 de janeiro e já havia sido preso anteriormente, durante a 5ª fase da operação, em fevereiro deste ano.
Alencar estava como comandante em exercício do 6º Batalhão, que atua na Esplanada. Ele é considerado especialista em controle de distúrbios civis, tendo realizado formação complementar nesse tema, com curso na PM de São Paulo.
Vídeo de câmeras de segurança na Esplanada dos Ministérios mostrou o major da PM entrando em uma viatura da corporação no dia 8 de janeiro no momento em que a barreira formada para conter os manifestantes recua. (veja abaixo)
Como mostrou a coluna da Bela Megale, a PF encontrou mensagens em que Almeida afirma, em um grupo de WhatsApp com militares, que “na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso”. O texto foi enviado por ele 20 de dezembro, poucas semanas antes dos ataques golpistas de 8 de janeiro à sede dos três poderes.
À PF, em depoimento anterior, ele relatou ter achado “muito estranho ter sido convocado” para comandar o efetivo naquele dia, já que, por ser major, “comumente comanda o efetivo em manifestações pequenas, por exemplo de estudantes”. Segundo ele, geralmente quem atua em grandes manifestações tem a patente de tenente-coronel ou de coronel.
O major também afirmou, anteriormente, que “o número de policiais não era suficiente para conter os manifestantes” e que “se tivesse recebido qualquer informação a respeito da radicalidade dos manifestantes o efetivo de policiais teria que ser superior”. Ele acrescentou que, dos 311 policiais que estavam sob seu comando, “cerca de 178 eram oriundos do curso de formação, ou seja, sem qualquer experiência de campo”.
Segundo a PF, o objetivo da 12ª operação é identificar pessoas que participaram, financiaram, se omitiram ou fomentaram os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, que culminaram na depredação das sedes dos Três Poderes. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido, de acordo com a PF.