CPI do MST exige mediação
Foto: Coletivo de comunicação MST/BA
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), avaliou durante o UOL Entrevista de hoje que o governo Lula deverá ter “trabalho” na futura CPI do MST, uma das apostas da oposição no Legislativo. No âmbito federal, acho que Lula vai ter trabalho. Nós vimos na Agrishow, em São Paulo, as tensões que aconteceram. Uma CPI como essa não pode estimular esse atrito, o Brasil já tinha passado por isso.Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia
Jerônimo também defendeu que não se estimulem mais atritos, mas que se busque uma mediação entre segurança jurídica para empresários do agronegócio e os movimentos sociais, que pedem por reforma agrária. Há tentativa de ter empreendimentos, trazer negócios rurais, e tenho que oferecer uma segurança jurídica a quem vai investir. Por outro lado, tenho origem nos movimentos sociais. Eu, na condição de governador, buscarei ao máximo tentar mediar essa situação. O governador minimizou a possibilidade da CPI ser encabeçada por nomes alinhados ao ex-governo de Jair Bolsonaro, como Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado federal pelo PL. Aqui na Bahia a gente não tem dificuldade nenhuma em colaborar com esse debate. Essas ameaças são típicas do governo passado, fazendo guerrilha… Não vai atingir a gente aqui.
O governador baiano citou uma experiência que teve na China ao mencionar o PL 2630, conhecido como PL das Fake News — que está prestes a ser votado na Câmara dos Deputados e tem dividido opiniões a respeito da regulação imposta às “big techs”. Segundo Jerônimo, ele não conseguiu acessar suas redes sociais com a “liberdade que a gente achava que deveria ter”, e o exemplo seria um extremo negativo em relação a legislações que visam colocar um freio em conteúdos publicados nas redes. Não pude acessar minhas redes sociais com liberdade que a gente achava que deveria ter. Modelo totalitário é outro extremo, a China que avalie o seu modelo. O estado brasileiro precisa ter seu controle sobre isso. Uma ferramenta que faz a economia girar, pode fazer a cultura girar, se é usada de forma descontrolada, temos que regulamentar. Não é uma terra sem lei. Para o governador, a discussão do PL é “a oportunidade da sociedade brasileira trazer o debate” sobre “o modelo de redes sociais que queremos”. Assista à íntegra do UOL Entrevista com Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia: