Dallagnol virou vítima de si mesmo
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Ex-procurador da República e ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público do Paraná, Deltan Dallagnol (Podemos-PR) teve o mandato de deputado federal cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na terça-feira (16).
Ele teve o registro questionado em razão de uma condenação do Tribunal de Contas da União (TCU) por gastos com diárias e passagens de outros procuradores da Lava Jato. Além disso, Dallagnol pediu demissão do Ministério Público Federal em 2021, enquanto era alvo de 15 processos administrativos.
Os ministros entenderam que Deltan teria se demitido do Ministério Público enquanto ainda respondia a processos internos para escapar de punição e não ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Pela regra, fica barrada a candidatura de quem deixa o Judiciário ou o Ministério Público para escapar de pena.
“Vamos lembrar que a Lei da Ficha Limpa foi atualizada exatamente nesta questão do Ministério Público, criando também a possibilidade de que um membro do Ministério Público que pedisse exoneração para fugir de algum tipo de punição também ficaria ali inelegível”, destaca Valdo Cruz em entrevista a Natuza Nery.
“Deltan Dallagnol está, por ironia do destino, é vítima de algo que sempre defendeu no passado.”