Exército segue fazendo gastos ilegais
Foto: Exército Brasileiro
O Exército comprou um aparelho de raio-x portátil por cerca de R$ 500 mil sem licitação. A compra foi feita pela Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW), responsável por aquisições no exterior.
O aparelho de raio-x, um Handheld Backscatter X-Ray Imager, foi comprado à Berkana Defense & Security, com sede nos Estados Unidos, por 102,9 mil dólares.
A ordem de serviço para compra do aparelho de raio-x foi assinada em fevereiro de 2022, ainda no governo Bolsonaro. A divulgação da compra, contudo, ocorreu apenas na semana passada.
Questionado pela coluna, o Exército não se manifestou sobre a demora para dar transparência à aquisição. Também não informou qual será o destino do equipamento. O espaço continua aberto.
Em 2015, a Berkana foi contratada pelo Senado, também sem licitação, para fornecimento de “equipamentos de contra-inteligência eletrônica”.
Esses equipamentos seriam utilizados pela Secretaria de Polícia do Senado. A compra totalizou 127,7 mil dólares e incluiu câmeras, detectores de escutas e equipamentos óticos.
A Berkana já atua no Brasil sob o nome de Berkana Tecnologia em Segurança, instalada em São Paulo.
Em março, o Tribunal de Contas da União realizou uma auditoria nas compras das Forças Armadas brasileiras nos Estados Unidos.
Segundo levantamento do órgão, as aquisições das unidades militares brasileiras somaram R$ 20 bilhões entre 2018 e 2022. A investigação foi determinada pelo TCU depois que as Forças Armadas negaram acesso dos auditores ao seu sistema de compras.