Expoentes do tetra protagonizam baixaria em público
Foto: André Borges-16.mai.12/Folhapress
Com ofensas como “traidor” e “esclerosado”, o senador Romário (PL-RJ) e o ex-deputado Bebeto (PSD-RJ) expuseram nesta terça-feira (9) o rompimento político da dupla de ataque da seleção brasileira campeã mundial em 1994.
O pano de fundo da briga foi a eleição para o Senado no ano passado, quando Romário tentou a reeleição sem o apoio de Bebeto. O ex-deputado apoiou André Ceciliano (PT-RJ), ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Durante uma entrevista ao podcast do locutor esportivo José Carlos Araújo, o Garotinho, Romário definiu Bebeto como um “traidor”.
“Me traiu na política. Pulou [de galho]. Tem coisas na vida que levo para sempre. Dentro e fora da política. Quando é um cara que você viveu, conviveu e tem uma relação de amizade, é triste. Eu não briguei com o Bebeto. Ele só me traiu, mais nada. A gente nem brigou. Não tivemos nem essa possibilidade. Ele só me traiu. Mais nada. Infelizmente é assim”, disse o senador.
Em entrevista ao UOL, o ex-deputado chamou o antigo parceiro de ataque de esclerosado e egoísta.
“Quem é ele para me chamar de traidor? O Romário está ficando velho e acho que está ficando esclerosado, falando muita besteira. Tenho uma carreira íntegra no futebol e na política, nunca me envolvi em polêmicas. Não posso falar o mesmo dele, que é um egoísta, sempre pensou apenas nele”, disse o ex-deputado.
Segundo Bebeto, o rompimento foi provocado por Romário ao trocar o Podemos pelo PL, em abril de 2021. O ex-deputado afirma que não foi comunicado da decisão.
“O Romário me chamou para o Podemos e eu fui. Mas ele saiu sem avisar ninguém, não me falou. Eu fiquei sabendo que ele tinha ido para o PL pela imprensa, ele não falou comigo. Na verdade, foi ele quem traiu, porque saiu ‘de fininho’. Por que não falou comigo?”, completou.
Apesar do incômodo, Bebeto não se furtou a gravar no ano passado uma entrevista para a série sobre o senador, a ser exibida na HBO.
Bebeto ingressou no PSD a convite do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e apoiou Ceciliano, com quem manteve boa relação política na Assembleia. O ex-camisa 7 da seleção não conseguiu ser eleito para a Câmara dos Deputados.