Gleisi promete defender o MST em CPI bolsonarista
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), declarou nesta sexta-feira (19/5) que a base governista fará a defesa do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara para investigar as ações do movimento. Gleisi também voltou a criticar a indicação do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP) como relator do colegiado.
“Acho que nós temos que sentar e conversar com todos que estão nessa CPI, para ver como a gente encaminha, ver como está o plano de trabalho. Mas nós vamos fazer a defesa do MST, não tenho dúvidas disso”, afirmou a deputada durante entrevista à rádio FM O Tempo, de Minas Gerais. Gleisi foi indicada como suplente pelo PT para participar do colegiado.
Na avaliação da parlamentar, a CPI foi um movimento político da bancada ruralista na Câmara, e o conflito entre o agronegócio e o MST é uma construção que “não é real”. A comissão foi instaurada após uma série de ocupações de terras promovidas pelo movimento, que gerou fortes críticas de associações que representam empresas do agro e parlamentares da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA).
Segundo Gleisi, sua intenção é usar o colegiado para tentar mediar o conflito. “Uma coisa não é contrária à outra. Eu acho que nós temos condições de ter uma convivência no Brasil com esses dois setores. Plenamente”, frisou.
Questionada sobre a indicação de Salles para relatar a CPI, Gleisi voltou a dizer que considera o ato “ultrajante”. “Acho que vem a ser uma provocação, pelas posições que esse deputado tem e teve ao longo do tempo. Eles teriam condições de colocar ali um deputado, mesmo mais conservador, da direita, mas que pudesse ter mais diálogo e mais possibilidade de conversa”, disse a presidente do PT.
A CPI do MST foi instalada na Câmara na última quarta (17), e será presidida pelo deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) e relatada por Ricardo Salles. Então ministro, Salles chegou a defender que se aproveitasse do desmonte da legislação e fiscalização ambiental durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) para “passar a boiada”.