Governo busca irregularidade em programa de Michelle

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Foto: Jorge William/Infoglobo

O governo federal criou nesta quinta-feira um grupo de trabalho para juntar informações sobre o programa Pátria Voluntária, criado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e liderado pela ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Por meio da Casa Civil, o governo tenta seguir a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) de dar transparência para informações do programa. O Tribunal apontou irregularidades na execução do Pátria Voluntária em auditoria realizada no último mês.

Entre elas está a ausência de previsão constitucional e legal para o modelo adotado pelo programa para usar dinheiro privado — vindos de doações, por exemplo — na gestão pública. O TCU apontou “destinação ilegal dos recursos, por parte da Casa Civil”, que coordenava o programa.

A Corte também apontou a “ausência de critérios objetivos e isonômicos para a seleção de instituições beneficiárias dos recursos financeiros privados” e “restrição de participação de instituições financeiros no processo seletivo”.

Por fim, o TCU verificou o Programa Pátria Voluntária não disponibilizava o resultado das avaliações das instituições sociais que foram cadastradas, credenciadas e habilitadas.

O grupo tem entre suas atribuições identificar as informações do Pátria Voluntária para disponibilizar em transparência ativa.

O TCU chegou a recomendar à Casa Civil, que lidera o grupo criado nesta quinta-feira, a colocar em transparência ativas os atos “administrativos de seleção, gestão e controle de prestações de contas das entidades beneficiárias dos recursos”.

O Programa Pátria Voluntária foi criado em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e foi liderado pela ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O programa foi extinto pela gestão do presidente Lula já no início do mandato.

O Pátria Voluntária tinha como objetivo, segundo o governo, fomentar o voluntariado no país, articulada entre o governo, as organizações da sociedade civil e o setor privado. O decreto de sua criação diz também que o programa quer “incentivar o engajamento social e a participação cidadã em ações transformadoras da sociedade”.

O Globo