Juíza que não trabalhava é aposentada compulsoriamente
Foto: Reprodução
Seguidora do escritor Olavo de Carvalho, a juíza Ludmila Lins Grilo, titular da Vara Criminal e da Infância e Juventude de Unaí (MG), foi aposentada compulsoriamente pelo TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais). A magistrada foi aposentada por “interesse público”, segundo ato administrativo publicado hoje no Diário de Justiça do tribunal. O texto diz que ela deixa o cargo com “proventos proporcionais ao tempo de contribuição”, sem especificar o valor da aposentadoria.
Grilo era juíza de segunda entrância no TJ-MG. De acordo com informações do portal da transparência do tribunal, magistrados nessa categoria recebem salário de R$ 33.924,94. Em 2022, investigação do CNJ apontou “reiterada negligência” da magistrada no cumprimento de suas funções. Juízes e um desembargador do conselho descobriram que ela não comparecia à vara onde trabalhava. Em uma conversa informal que consta em relatórios de diligência, Grilo admitiu que não tinha autorização para teletrabalho. Ela justificou suas ausências dizendo que preferiu ficar em casa por questão de segurança. A juíza já foi alvo de duas advertências em razão de manifestações nas redes sociais. Em uma delas, a mais famosa, em meio à pandemia, ela instruiu seguidores a como driblar o uso de máscaras em locais fechados e usou a hashtag “AglomeraBrasil”. A magistrada possui fotos ao lado de Olavo de Carvalho, morto em 2022, a quem chamava de professor. Em fevereiro deste ano, ela também foi afastada provisoriamente por má gestão e ataques a ministros do STF.