Lira quer dinheiro para não sabotar Lula
Foto: Elaine Menke/Câmara do Deputados
O colunista do UOL Tales Faria relatou que aliados de Lula veem a aprovação do Marco Temporal como mais um forte sinal de que o governo precisa “pagar a fatura” para o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Na verdade, Lira quer que sejam apressadas as liberações de pagamentos das emendas parlamentares. Os aliados do presidente estão divididos sobre como se relacionar com ele. Uma parte acha que ele quer se assenhorar do governo. Outra parte acha que tem que ceder a ele e chegou a hora de pagar a fatura, já que ele começou a ajudar o governo lá atrás na transição. Tales Faria, colunista do UOL
No UOL News, Tales explicou a relação de forças dentro do Congresso e como a base fragilizada do governo está diretamente relacionado à dificuldade de relacionamento com Lira. Na opinião do colunista, o presidente da Câmara pressiona o Planalto ao impor grandes derrotas ao governo, que não se acerta para encontrar uma solução.
A base do governo é fraca, frágil. A oposição também não tem maioria. Quem determina para onde vai a balança é o Arthur Lira, com os 150 votos dele. Quando você vê uma derrota grande do governo, pode estar certo: o Lira está por trás dela, porque levou o centrão e boa parte para isso. (…) O governo está dividido, sem saber como lidar com Lira e, por isso, ainda não conseguiu estruturar sua base, e isso desde o início. Tales Faria, colunista do UOL
Ao analisar as declarações favoráveis de Lula a Nicolás Maduro, o cientista político Guilherme Casarões disse não considerar um erro o Brasil ter relações com a Venezuela, mas sim quando o petista tira a responsabilidade do ditador pelos problemas no país vizinho. A questão não é ter relações com a Venezuela. Quando Lula convida Maduro, ele tem o dever, como presidente do Brasil, de expressar as preocupações brasileiras a respeito do que acontece na Venezuela. O que vimos na terça foi um show de elogios a Maduro e uma tentativa de reduzir a situação humanitária a uma conspiração norte-americana. Tirar a responsabilidade do governo Maduro sobre o que está acontecendo é absurdo do ponto de vista diplomático. Guilherme Casarões, cientista político
Jamil Chade destacou como o discurso de Lula de que os problemas da Venezuela “são parte de uma narrativa” cai por terra com as conclusões de uma missão da ONU realizada no país vizinho. O colunista mostra que a operação revela os crimes cometidos pelo ditador Nicolás Maduro contra seus opositores e que a prática se tornou uma “política de Estado”. Restabelecer relações com a Venezuela é fundamental para o Brasil, assim como algum tipo de projeto sul-americano. Mas as violações aos direitos humanos continuam acontecendo. A missão da ONU conclui que a repressão era uma política de Estado. Dizer que isso é uma narrativa não condiz com as investigações realizadas de forma independente por essa missão. Jamil Chade, colunista do UOL