Moraes destrói desculpa de Bolsonaro para não falar
Foto: Isac Nóbrega/PR
A linha de defesa de Jair Bolsonaro no caso da fraude do cartão de vacina foi vitimizar o ex-presidente, e falar que estava sendo atingido por medida de força. Por isso, o ex-secretário e assessor jurídico Fabio Wajngarten disse que os advogados não estavam tendo acesso aos autos do processo e que ele só se pronunciaria quando isso acontecesse.
Essa tentativa de vitimização não funcionou, já que ao ouvir isso, o STF percebeu que a informação estava sendo distorcida pela defesa. O ministro Alexandre de Moraes resolveu tirar o sigilo de toda a operação, e agora todos os brasileiros podem ler o processo inteiro.
A segunda linha de defesa é inaceitável, com o ex-presidente dizendo que não sabia de nada.
Como disse Moraes, não é crível que Bolsonaro não soubesse de nada, que seu ajudante de ordens estava falsificando documentos, inclusive da sua própria filha de 12 anos. Isso não faz sentido nenhum.
E aí vem a gravidade do que foi revelado. Não é apenas que as pessoas não quiseram se vacinar, esse é um direito.
Mas são pessoas públicas com cargo público, que não se vacinaram e fraudaram documentos públicos, formaram uma quadrilha de fraude de documentos, de registros públicos, em um banco de dados do Ministério da Saúde.
Para isso, usaram o aparato da presidência da República e acessaram o ConecteSUS para finalizar a fraude através do IP do Palácio do Planalto.
Isso tudo é gravíssimo e foi feito em benefício do então presidente da República e do tenente coronel Mauro Cid, militar da ativa.