Nem benesses fazem União, MDB e PSD apoiar governo
Foto: Brenno Carvalho
Responsáveis pela indicação de três ministros cada, MDB, PSD e União, mais uma vez, demonstraram desalinhamento com os interesses do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Os partidos contribuíram para a aprovação do marco temporal das terras indígenas e entregaram 83% de seus votos em direção contrária aos interesses do Palácio do Planalto.
O texto teve o aval de 283 deputados, enquanto 155 foram contrários. MDB, PSD e União Brasil deram 95 votos de apoio ao projeto. Apenas 18 deputados dessas siglas se posicionaram como queria o governo, enquanto um se absteve.
O MDB comanda as pastas do Planejamento (Simone Tebet); Transportes (Renan Filho); e Cidades (Jader Filho). O União Brasil indicou os titulares da Integração (Waldez Góes), Turismo (Daniela Carneiro) e Comunicações (Juscelino Filho). Já o PSD comanda a Agricultura (Carlos Fávaro), Pesca (André de Paula) e Minas e Energia (Alexandre Silveira).
Quando entram na conta partidos da base que estiveram mais próximos ao Planalto, como PSB (12 votos não e 3 sim) e PDT (14 votos não e 1 sim), o resultado é que mais de um terço dos apoios que consolidaram o avanço do texto vieram da base: 99 votos no universo de 283, o equivalente a 35%.
Já o PT entregou apoio total: os 65 deputados que foram à sessão votaram contra a proposta. PSOL, com 12 votos não; PCdoB, com 6 posicionamentos contrários, e Rede, com um voto contra, também foram unânimes na tentativa de barrar o marco temporal.
O resultado engrossa a lista de reveses de Lula no Congresso. No início do mês, no primeiro alerta sobre a instabilidade da base, a Câmara derrubou trechos de um decreto presidencial que mudava o marco do saneamento — também com o apoio de partidos da base. A medida pretendida pelo petista irritou parlamentares de diferentes partidos, pois mexia em itens que haviam sido aprovados no Congresso.
O Planalto agora corre contra para evitar novas derrotas na Medida Provisória que modificou a Esplanada dos Ministérios. O texto será votado pela Câmara na manhã desta quarta-feira.