Rita Lee foi artista mais censurada pela ditadura
Foto: José Vidal
O historiador Ivan Lima diz que Rita Lee foi a mulher mais censurada do Brasil. “Teve dezenas de cortes, vetos e proibições completas desde o início dos anos de 1970 até o fim da ditadura”, explica o historiador.
De “Gente fina é outra coisa”, de 1973 (veja abaixo), à “Arrombou a festa”, de 1977, as canções da rainha do rock (e muitas vezes ela própria) foram alvos constantes da censura.
“Insurgir contra o pátrio-poder, negativista por subverter os padrões conservadores e induzir a juventude ao movimento Hippie: Assim diziam os argumentos da censura ao vetar as canções de Rita Lee”, reforça Lima.
A rainha do rock brasileiro, sempre mostrou, desde cedo, a múltipla faceta criativa, libertária e autêntica. Rita morreu ontem, aos 75 anos, em São Paulo. Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e vinha fazendo tratamentos contra a doença.
Veja a transcrição da justificativa da censura de “Arrombou a festa”:
“Para adoção das devidas providências, confirmamos que a letra musical “Arrombou a festa” (também intitulada “Arrombou o cofre), de autoria de Rita Lee e Roberto Carvalho, foi vetada pelo Conselho Superior de Censura, de acordo com a decisão nº 200/83, de 13.10.83, estando, destarte, proibida sua veiculação através das emissoras de rádio e TV, ou mesmo em locais públicos”.