Vem aí o Bolsonaro paz e amor
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O colunista do UOL Josias de Souza reagiu com desconfiança ao discurso de Jair Bolsonaro (PL), que disse que a eleição de 2022 “é uma página virada”. Bolsonaro soa como um ex-Bolsonaro, domesticado pela Polícia Federal. A eleição de 2022 é página virada há muito tempo, desde outubro do ano passado. O Bolsonaro é que tentou virar essa página para trás. Dessa tentativa resultou o 8 de janeiro. Essa substituição da ira pelo comedimento é um lero-lero que não orna com a realidade.Josias de Souza, colunista do UOL
No UOL News, Josias explicou como 29 deputados do PL, que votaram ao lado do governo na questão da nova regra fiscal, agora sofrem forte pressão da ala bolsonarista do partido, que cobra uma postura de oposição. Por isso, na opinião do colunista, a velha versão do Bolsonaro deve voltar a dar as caras tão logo surja algo novo contra ele.
Esse Bolsonaro que apareceu de repente nas últimas declarações é um personagem ensaiado, que se recolheu enquanto não estavam claras as informações coletadas pela Polícia Federal. Agora que tudo veio mais ou menos à tona, ele coloca a cabeça de fora e produz essas declarações teatrais. Basta surgir uma novidade para aquele Bolsonaro irascível de sempre voltar a se apresentar diante dos refletores. Esse é um Bolsonaro fake, conveniente politicamente. Josias de Souza, colunista do UOL
Michel Alcoforado avaliou que Jair Bolsonaro deixou Mauro Cid à própria sorte ao se distanciar do tenente-coronel nas investigações da Polícia Federal. O colunista destacou que Cid não agiu por conta própria e, portanto, alguém estaria por trás das atitudes do tenente-coronel. Bolsonaro é um homem religioso e agora está fazendo as vezes de Pôncio Pilatos: decidiu lavar as mãos à beira da crucificação de Mauro Cid e é isso o que estamos vendo agora. Bolsonaro fica defendendo a honra do ajudante de ordens e diz, ao mesmo tempo, ‘façam o que precisa fazer, porque vou seguir minha vida e não tenho nada a ver com isso’. Michel Alcoforado, colunista do UOL
Wálter Maierovitch avaliou que os advogados de Jair Bolsonaro e Mauro Cid parecem não se entender e que as linhas diferentes de estratégia podem complicar a situação de ambos perante a Justiça. O colunista apontou que a estratégia do tenente-coronel, em silêncio durante depoimento à Polícia Federal, revela-se como uma grande ameaça a Jair Bolsonaro. Tudo apontava para que o tenente-coronel batesse continência e aceitasse as ordens, mas não aconteceu isso. Fábio Wajngarten [ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações] esperava que Cid fosse confessar e fixar uma responsabilidade só dele, excluindo Bolsonaro. O silêncio indica o contrário. As defesas técnicas do Bolsonaro e do Cid estão em um ringue de boxe, em lados opostos, com um olhando feio para o outro. Wálter Maierovitch, colunista do UOL