Pensão para criminosos militares é para “família”, diz presidente do STM

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Foto: Reprodução/STM

O presidente do STM (Superior Tribunal Militar), ministro Joseli Parente Camelo, afirmou durante o UOL Entrevista que as pensões pagas às famílias de militares expulsos por cometerem crimes são uma “proteção” aos parentes dos oficiais. O programa foi conduzido pelos colunistas Carla Araújo e Josias de Souza.

Reportagem exclusiva publicada pelo UOL na segunda-feira (17) mostra que, só em 2022, as Forças Armadas pagaram mais de R$ 23 milhões em pensões às famílias de militares. Os valores, obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação) em parceria com a agência Fiquem Sabendo, variam de R$ 1.500 a R$ 33,4 mil brutos.

Foi uma lei discutida no Congresso para proteger a família do militar, por que ele comete o crime e como você vai deixar a esposa dele com dois ou três filhos? Como vai ficar isso? Então, eu acredito que essa é uma proteção à família. Naturalmente que, à medida que o tempo passa, o Congresso vai rediscutindo e vai atualizando.
Ministro Joseli Parente Camelo, presidente do STM (Superior Tribunal Militar)

Questionado sobre esse valor de R$ 23 milhões, Camelo afirmou que o assunto da mudança na previdência militar não compete ao Judiciário.

Esse é um problema legislativo. Que naturalmente o Ministério da Defesa debata com o Congresso Nacional e chegue às suas conclusões […] Tudo que é debatido é bom porque se chegam a novas conclusões. Então isso é assunto do Ministério da Defesa e do Congresso.

Camelo também falou sobre o preconceito que existe das Forças Armadas com o presidente Lula (PT). Para ele, isso é um resquício do que ele avalia ser o “fantasma” do comunismo.

Essa animosidade é um preconceito que vem desde o período da bipolaridade. Passava-se uma ideia de que ser comunista era ser de esquerda. Naquela época a gente tinha essa percepção, o que não é verdade. O que a esquerda pensa hoje? Qual o objetivo da esquerda? Ela pensa nos mais pobres, ela tem esse sentimento que a fome é essa coisa reprovável.

Para Campelo, esse assunto não é mais uma coisa que gera preocupação a ele e, entre os fardados, esse é um sentimento que vai desaparecer com o tempo.

Esse preconceito ficou enraizado, mas aos poucos está diminuindo. E outra coisa: não existe mais esse comunismo. Essa ideia de comunismo que muita gente ainda fala não existe. Acho que o comunismo é um fantasma, se ele existe, mas eu não tenho essa preocupação. Hoje em dia não tem mais comunismo.

Uol