General dá bronca pública em Regina

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Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

Menos de uma semana após assumir a Secretaria Especial da Cultura, Regina Duarte recebeu ontem uma reprimenda pública do ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos – um dos fiadores de sua indicação -, e teve uma nomeação sua revogada em edição extra do “Diário Oficial da União”. Ramos ficou incomodado após a atriz dizer ao “Fantástico” que recebeu ataques internos de uma “facção” que gostaria de ocupar seu cargo.

A nomeação da assistente social Maria do Carmo de Carvalho para comandar a Secretaria da Diversidade Cultural da pasta foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto, e publicada ontem pelo “DOU”. À tarde, uma edição extra foi publicada para revogar a nomeação. A decisão, segundo a equipe de Regina Duarte, foi por “entraves técnicos”. Segundo o blog de Bernardo Mello Franco, de “O Globo” o nome de Maria do Carmo de Carvalho foi atacado ao longo do dia pela militância bolsonarista.

Um dos principais conselheiros de Bolsonaro, Luiz Eduardo Ramos convenceu o presidente de que levar uma artista com trabalho reconhecido e alinhada a valores conservadores ajudaria a resolver o impasse criado na secretaria, que já teve outros dois titulares no atual governo. Mas a repercussão da entrevista do domingo fez Ramos mudar de postura.

“O presidente valoriza a cultura, que deve se espelhar na família tradicional e nos princípios cristãos. Nosso governo tem um norte: a vontade da maioria do seu povo. Nisso, Regina e Bolsonaro devem estar juntos. São seus ministros e secretários que devem se moldar aos princípios publicamente defendidos pelo presidente da República, não o contrário. O uso do termo ‘facção’ em entrevista, sem nomear seus supostos integrantes, dá a entender que há divisões inexistentes e inaceitáveis em nosso governo”, afirmou Ramos pelo Twitter.

Segundo a atriz, a oposição de uma ala do governo foi um dos motivos da demora na sua posse, que levou mais de um mês após ela aceitar o convite de Bolsonaro. Embora Regina Duarte não tenha dito, nos bastidores já circula há várias semanas a oposição ao nome dela partindo de apoiadores do escritor Olavo de Carvalho.

“Eu só lamento ter perdido tanto tempo desfazendo intrigas que foram criadas, fake news, acusações não verdadeiras a respeito da proposta da equipe que está comigo”, disse ao “Fantástico”. “Estivemos ocupados com enormes dificuldades de toda uma facção que quer ocupar esse lugar. Quer que eu me demita, que eu me perca”.

Antes de tomar posse, Regina Duarte demitiu remanescentes da equipe do dramaturgo Roberto Alvim. Bolsonaro, no entanto, interferiu para que o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, permanecesse no cargo. À frente da entidade de valorização da cultura afro, Camargo afirmou que não existe racismo real no Brasil, o que gerou elogios de Bolsonaro, que o chamou de “excelente pessoa”.

Na entrevista, ao ser questionada sobre a situação, Regina disse que está “adiando este problema”

Valor Econômico