Bovespa suspende pregão pela segunda vez hoje

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Foto: Reprodução

A Bolsa de Valores interrompeu temporariamente os negócios hoje, pela segunda vez no dia, ao atingir queda de mais de 15%. É a primeira vez na história que a Bolsa é suspensa em três dias da mesma semana. Os mercados do mundo todo operam em forte queda, após os EUA restringirem viagens por causa do novo coronavírus.

Por volta das 10h25, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, despencava 11,65%, o que acionou o “circuit breaker’ mecanismo automático que interrompe os negócios por 30 minutos quando há uma queda de mais de 10% (leia mais abaixo). Ao voltar a operar, as quedas se aceleraram, e a Bolsa foi suspensa novamente por volta das 11h15, ao atingir queda de 15,43%, a 72.026,68 pontos. Agora, a suspensão dura uma hora.

O “circuit breaker” também foi acionado na Bolsa brasileira na segunda-feira e na quarta-feira

Por volta das 11h, o dólar comercial operava em alta de 4,13%, a R$ 4,916 na venda, após subir mais de 6% e superar a marca de R$ 5 pela primeira vez na história logo após a abertura dos negócios.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

O mercado tinha hoje um novo dia de tensões, após o presidente norte-americano, Donald Trump, restringir viagens da Europa para os Estados Unidos, agravando as preocupações sobre o impacto econômico do novo coronavírus.

Ele afirmou que os EUA vão suspender viagens de estrangeiros da Europa para os EUA pelos próximos 30 dias. As restrições começam amanhã (13), a partir da meia-noite, e não se aplicarão ao Reino Unido.

Com a medida de Trump, passageiros com viagem agendada terão de remarcar voos e o comércio internacional fica comprometido, elevando os riscos de uma recessão econômica.

“Hoje, os mercados financeiros dão sequência ao caos instalado em função da expansão do coronavírus pelo mundo”, disse em nota a Correparti Corretora. “Ontem, a OMS reconheceu a enfermidade como uma pandemia, o que serviu para aprofundar o sentimento de fuga do risco pelos investidores. Além disso, a proibição dada pelo presidente norte-americano (…) serve para aprofundar ainda mais o desmonte dos mercados.”

É a terceira vez nesta semana que a Bolsa interrompe temporariamente as negociações.

A interrupção dos negócios, chamada de “circuit breaker”, é um mecanismo adotado no mundo todo e serve para garantir proteção quando há grande instabilidade em momentos atípicos do mercado.

Aqui no Brasil, quando a queda da Bolsa atinge 10%, ela é paralisada por 30 minutos. Passado esse intervalo, os negócios são reabertos e o limite de queda passa a ser de 15%. Se a baixa chegar a 15%, a Bolsa para novamente, agora por uma hora.

Após esse período, as operações são retomadas e o limite de baixa aumenta para 20%. Se o Ibovespa cai 20%, os mercados podem ser interrompidos por qualquer prazo definido pela Bolsa de Valores.

A disparada do dólar logo no início da manhã aconteceu apesar do anúncio do Banco Central de leilão à vista de até US$ 2,5 bilhões para hoje, cancelando o anúncio de venda de até US$ 1,5 bilhão feito no dia anterior.

Diante da alta de mais de 6%, o BC reforçou a venda de reservas à vista, anunciando leilão de mais US$ 1,25 bilhão.

O governo brasileiro estuda editar uma medida provisória para buscar a liberação de R$ 5 bilhões para reforçar a estrutura do Ministério da Saúde no combate à covid-19 coronavírus, de acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Nesta quinta pode ocorrer uma reunião entre Alcolumbre, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para definir a melhor maneira de liberar os recursos.

As discussões sobre o combate ao coronavírus ocorrem após o Congresso Nacional derrubar na tarde de ontem (11) o veto presidencial a projeto que amplia o acesso ao BPC (Benefício de Prestação Continuada). A derrota imposta pelos parlamentares deve impor um gasto extra de R$ 20 bilhões.

Redação com UOL