Bolsonaro é Maduro com sinal trocado
Foto: Marcos Corrêa/PR
Bolsonaro voltou a esculachar a imprensa naquela manifestação de domingo, que o próprio presidente da República desrespeitou o protocolo contra o coronavírus e que foi marcada pelo tom “fodam-se” o Congresso e o STF. Disse que a imprensa não está atacando o governo, “está atacando o Brasil”. Mas tentar misturar o governo de plantão com a pátria, é um velho refúgio do despotismo de esquerda ou de direita. Maduro faz isso o tempo todo. O ditador chama dia sim, outro também, seus opositores de “enemigos” da Venezuela. Não há decreto celestial ou mesmo na lei dos homens que outorgue ao governo o monopólio do “bem-querer” ao país. Talvez, quem sabe, foi pensando nisso que Samuel Johnson (1709-1784) dizia que “O patriotismo é o último refúgio de um canalha”. Com todo respeito.
Em tempo: como o comentário insultuoso de Bolsonaro se referia, mais uma vez, à “Folha”, impressiona como o presidente da República é um leitor voraz desse jornal. Virou obsessão.