Hospitais têm afastamento em massa de funcionários contaminados

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Foto: Joel Silva/Folhapress

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, maior hospital público do país, já afastou 125 funcionários, entre médicos, enfermeiras, técnicos e fisioterapeutas, por causa do coronavírus. Destes, 108 já testaram positivo para a Covid-19. E 50 ainda aguardam o resultado do exame.

Desde 12 de março, o Centro de Atendimento ao Colaborador (CAC) do hospital já examinou 2.549 colaboradores. Destes, 1.244 foram testados —em 1.136 casos os resultados deram negativo.

No hospital Sírio Libanês, 104 funcionários estão afastados e médicos renomados como o gastroenterologista Raul Cutait e o infectologista David Uip testaram positivo para Covid-19. O cardiologista Roberto Kalil Filho apresentou sintomas

No hospital Albert Einstein, 348 colaboradores foram diagnosticados com a doença e 13 estão internados. Destes, 169 são médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem; 47 já se recuperaram e voltaram ao trabalho.

No HCor, 32 médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas foram afastados da rotina hospitalar.

“É um momento desafiador para os médicos. Estamos diante do desconhecido. Há tensão e medo e um sentimento de autoproteção”, afirma o infectologista Pedro Mathiasi, do HCor.

Ele afirma que os profissionais têm também uma sensação “de impotência” quando recebem a notícia de que um colega foi contaminado. A situação é agravada por muitos permanecerem longe das famílias, para preservá-las do risco.

“É um momento de provação para a nossa categoria. Mas vamos sair mais fortes”, afirma ele.

Folha