Ministério da Saúde distribui verbas de forma ilógica
Foto: Reprodução/Pro Doctor
A distribuição de cerca de R$ 4 bilhões pelo Ministério da Saúde a estados e municípios, na semana passada, irritou gestores locais, insatisfeitos com o critério do repasse. Cidades que ainda não registraram casos receberam a verba emergencial e estados com grande número de doentes, como Amazonas, onde a rede hospitalar já colapsou, receberam menos do que algumas cidades. Secretários estaduais de saúde preparam carta crítica à decisão de Luiz Henrique Mandetta.
No documento, a ser divulgado nesta segunda (13), os gestores locais pedem que o Ministério da Saúde reveja o critério de repartição e ouça os estados na divisão de verba. A avaliação é que são os hospitais da rede estadual os mais demandados nesta emergência.
O grupo de WhatsApp dos secretários estaduais de saúde não parou no feriado. “Estou realmente revoltado com essa divisão política do recurso do SUS”, escreveu Fábio Vilas-Boas, da Bahia. Ele se queixa que Salvador, administrada por ACM Neto (DEM), recebeu, proporcionalmente, mais dinheiro do que todo o estado.
“É um escândalo, estão passando dinheiro para seus apadrinhados”, escreveu o secretário. Mandetta também é filiado ao DEM.
“A base deveria ser a produção dos hospitais públicos e contratados para assistência ao Covid […] Não dá para entender”, escreveu o secretário do Tocantins, Edgar Tolini.
Outros secretários se queixaram do repasse imediato de R$ 2 bilhões às Santas Casas. A crítica é que esses hospitais não são os da linha de frente no enfrentamento da doença e, em muitos casos, principalmente no Norte e Nordeste, nem há Santas Casas.
Preocupado com o índice de isolamento da população distante dos 70% almejados, o governador João Doria (PSDB-SP) apresentará na nesta segunda (13) nova campanha para rádios, TVs e internet, estimulando o distanciamento social.