Em live, sambista chama Bolsonaro de rato
Foto: Fernando Young/Divulgação
Dedicada à cantora Maria Bethânia, a live da sambista Teresa Cristina no Instagram, na madrugada desta segunda (20), terminou com um manifesto contra o presidente Jair Bolsonaro.
Antes de cantar “Cálice”, música de Chico Buarque e Gilberto Gil gravada por Bethânia em 1978, no álbum “Álibi”, Teresa Cristina falou sobre a presença de Bolsonaro em uma manifestação pró-intervenção militar, no domingo (19).
“Ele agora está desesperado. E o que um rato faz quando está desesperado? Ele ataca. O rato acuado ataca”, disse.
A live contou com a presença do ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL), um dos principais desafetos do presidente. Wyllys, além de ouvir as interpretações da sambista, fez comentários e, enquanto Teresa Cristina fazia uma pausa para buscar cerveja, cantou a música “Ela e eu”, de Caetano Veloso, gravada no álbum “Mel” (1979).
Ele não chegou a falar ao vivo contra o presidente, mas escreveu enquanto Teresa protestava.
“Gestão da pobreza pelo extermínio”, disse sobre o atual governo.
Outros famosos, como a atriz Patrícia Pillar e o escritor e humorista Gregório Duvivier, colunista da Folha, também acompanharam a apresentação. Nomes conhecidos e anônimos costumam se encontrar nas madrugadas para ouvir Teresa Cristina e conversar entre si. Eles formam o grupo chamado de “cristiners”, que inclusive manda seis cervejas todas as noites para a cantora.
Com mensagens, os “cristiners” apoiaram o desabafo indignado na parte final da live.
Além de rato, a cantora chamou o presidente de genocida, ditador, déspota e afirmou que a família dele é corrupta. Em seguida, disse estar cansada das moções de repúdios.
“Moção de repúdio a gente faz para a Ivy”, disse, se referindo à participante do Big Brother Brasil que foi eliminada no domingo e é criticada pela postura considerada racista. “Para esse criminoso não é moção de repúdio, é outra coisa”, completou.
Realizadas na quarentena sempre após as exibições do Big Brother, que Teresa Cristina assiste diariamente, as lives costumam abordar temas como o racismo, a desigualdade social, o preconceito contra o samba e a situação política do Brasil.
“Sempre vai ter alguém para mandar a gente calar a boca. Mas a gente não vai calar a boca não”, afirmou a sambista.
Depois, chorando, cantou “Cálice”, canção que ficou conhecida como uma espécie de hino contra a ditadura militar.