Modelo matemático prevê fim da pandemia em agosto
Foto: ARTE/METRÓPOLES
Um estudo feito em Singapura a partir de modelos matemáticos complexos tenta responder à pergunta do momento: quando a pandemia do coronavírus vai acabar? A estimativa é mais otimista do que a maioria das previsões feitas por profissionais ligados à área da saúde e aponta que o mundo vai superar a pandemia até meados de dezembro deste ano. Para o Brasil, o cenário é mais favorável, segundo os responsáveis pela pesquisa: venceremos a Covid-19 entre 1º de junho e 23 de agosto deste ano.
A estimativa usa dados das autoridades de saúde em 131 países com a evolução dos casos, incluindo tempo de hospitalização dos pacientes, e é atualizada diariamente com as novas informações, o que faz as datas previstas para o fim da epidemia variarem ao longo do tempo. No caso dos números do Brasil citados nesta reportagem, os dados se baseavam na situação em 27 de abril.
Responsável pelo estudo, o pesquisador Jianxi Luo defende em um trabalho onde explica sua metodologia que “a evolução da Covid-19 não é completamente aleatória” e que estimar uma data para o fim da pandemia é “importante mentalmente para cada pessoa e estruturalmente para guiar o planejamento dos países. Mas é naturalmente difícil, dada a incerteza inerente ao futuro”.
O professor Luo também registra em seu trabalho que fatores climáticos e comportamentais, além de quarentenas impostas por diferentes regiões, influenciam no comportamento e no tempo de duração da pandemia. Ele garante que esses fatores são considerados no estudo.
O pesquisador conclui o trabalho sobre a metodologia lembrando que a estimativa pode falhar e que “otimismo em excesso pode ser perigoso”. “A realidade é que o futuro é sempre incerto. Ninguém previu o surto de Covid-19 em outubro ou novembro de 2019, embora Bill Gates tenha alertado sobre o dano potencial de uma doença infecciosa global ao mundo durante uma conversa TED em 2015”, destaca ele, no documento.
O aparente otimismo nas previsões do modelo matemático de Singapura pode ter relação com a imprevisibilidade de mais ondas de contágio em locais onde o trabalho aponta para o esgotamento da pandemia, como a própria China.
Profissionais de saúde trabalham com essa possibilidade em suas projeções. O médico e vice-diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, por exemplo, avalia que a imunização em grande escala da população do mundo poderá levar até dois anos. Isso se uma vacina for descoberta nesse período.