Índia inicia flexibilização gradual da quarentena

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Foto: Reuters/Sivaram

O segundo país mais populoso do mundo suspendeu nesta segunda-feira (4) algumas medidas de restrição impostas para conter a propagação do coronavírus. A quinta economia do mundo estava completamente paralisada há seis semanas. A quarentena com certeza conseguiu evitar uma grande catástrofe na Índia, que tem oficialmente 1.300 mortes e 40.000 casos de contaminação.

O fim da quarentena será progressivo na Índia e vai variar de região para região que foram classificadas por cores, dependendo do grau de contaminação. Quem mora em uma zona verde, tem o direito de voltar a sair quase livremente. Nesses distritos, nenhum novo caso de contaminação pelo coronavírus foi declarado nas últimas três semanas.

Lojas e escritórios poderão reabrir, mas deverão prestar apenas um serviço mínimo para evitar novas transmissões. As escolas continuam fechadas e os agrupamentos públicos proibidos. As regiões verdes representam quase a metade do país e estão localizadas em áreas rurais, pouco povoadas, que têm pouco contato com o exterior.

 

Os distritos intermediários, onde não houve novos casos há duas semanas, são indicados pela cor laranja. Nesses locais, a vigilância ainda é grande, mas as pequenas indústrias poderão voltar a funcionar, mas deverão respeitar medidas de distanciamento social. A grande periferia industrial de Nova Delhi, por exemplo, está localizada em uma zona laranja, e a medida vai permitir a essas empresas de retornarem ao trabalho.

As zonas vermelhas, são os distritos que ainda registram diariamente dezenas de novos casos e que vão continuar isolados como antes. Todas as grandes cidades do país, Nova Déli ou Mumbai, estão nessa situação. A notícia positiva é que o governo autorizou os trabalhadores diaristas e os estudantes bloqueados nas metrópoles a voltar para casa. Trens especiais foram fretados e atravessam o país desde sexta-feira (1°) levando essas pessoas para suas regiões de origem.

A Índia foi até agora muito menos atingida pela pandemia de coronavírus do que se esperava. A densidade populacional indiana, que é três vezes mais elevada do que na China, a pequena taxa de vagas nos hospitais em relação à população e a grave poluição atmosférica, que provoca doenças respiratórias, faziam os especialistas temer uma hecatombe no país.

No entanto, a Índia registra oficialmente sete vezes menos mortos do que um pequeno país como a Bélgica. É verdade que o governo realiza pouco testes de coronavírus e o número de contaminados poderia ser bem maior. Independentemente, os hospitais públicos não estão saturados, indicando uma certa resistência da população à doença.

Alguns médicos apontam que os indianos são em média muito jovens e que toda a população é vacinada contra a BCG. Os dois fatores poderiam representar uma proteção, mas os especialistas não têm, por enquanto uma explicação definitiva para essa resistência. Por enquanto, é salutar ver que os indianos foram até agora preservados de um desastre sanitário de grandes proporções.

Rfi