Bolsonaro está tomando medidas que contrariam Guedes
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), afirmou nesta quarta-feira (6) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) autorizou a ampliação das categorias de servidores que ficarão de fora do congelamento de salário no projeto de socorro financeiro de R$ 60 bilhões para estados e municípios aprovado nesta terça-feira (5) pelos deputados.
“Eu liguei para o presidente da República ontem e conferi e ele autorizou. E o governo, junto com vários partidos, orientou para retirar essa modificação.”
A suspensão de reajuste do funcionalismo até final de 2021 foi uma contrapartida exigida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, acatada pelo Senado, que havia excluído apenas servidores da saúde, da segurança pública e das Forças Armadas do congelamento.
No entanto, com apoio de deputados governistas, a Câmara aumentou a lista de carreiras que poderão receber reajustes. Também foram beneficiados professores, policiais federais, policiais legislativos, técnicos e peritos criminais, além de trabalhadores da limpeza urbana e da assistência social da União, de estados e de municípios.
Segundo Vitor Hugo, o presidente concordou ainda com a retirada do trecho que permitia o reajuste apenas aos servidores dessas categorias que estivessem atuando diretamente no enfrentamento da pandemia de Covid-19. “Seria difícil definir quem está nessa situação.”
Para o deputado, mesmo sendo poupadas do congelamento, essas categorias não devem receber aumento de salário “tão cedo”, isso porque outro trecho do projeto proíbe o aumento de despesas obrigatórias acima da inflação até o final de 2022.
O líder do governo participou de uma videoconferência com representantes da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), que questionaram declarações de Guedes sobre os servidores, a quem chamou de “parasitas” e de “ficar em casa com geladeira cheia vendo a crise”.
O deputado disse que Bolsonaro não compartilha dessa visão sobre o funcionalismo e que, por isso, tem segurado a reforma administrativa. “O presidente quer amadurecer essa proposta antes de enviar ao Congresso.”