Maioria da população quer eleições neste ano
Foto: Romildo de Jesus / Futura Press
Líderes partidários já discutem informalmente, inclusive com Rodrigo Maia, o que fazer com o calendário eleitoral na pandemia. Sabem que será impossível fingir por muito mais tempo a inexistência do problema e seus riscos para a democracia. Um eventual adiamento das eleições, marcadas para outubro, depende de mudanças na legislação. Nos bastidores, ganha força a ideia de postergar o pleito para novembro ou dezembro. Neste momento, porém, a maior parte dos eleitores é contra o movimento, indica pesquisa feita sob sugestão da Coluna.
Pesquisa realizada pelo Instituto Travessia mostra que 41% dos entrevistados defendem que as eleições sejam realizadas em outubro.
Já os que querem o adiamento para dezembro somam 27% dos entrevistados e 21% preferem que os mandatos dos atuais prefeitos sejam ampliados. Do total, 11% não souberam responder.
A pesquisa foi realizada por telefone na sexta-feira (8) e foram entrevistadas 1.003 pessoas. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais e o nível de confiança é de 95%.
O presidente do Conselho Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi, diz que manter o pleito em outubro pode pôr em risco a própria democracia, já que muitos não poderão fazer campanha ou votar, uma vez que são do grupo de risco.
“Muitas pessoas que estão nessa situação participam da disputa. É justo isso? Tem gente que defende que as convenções partidárias sejam feitas por videoconferência, mas há muitos municípios sem acesso à internet”, disse à Coluna. Historicamente, o CNM defende eleição unificada.
O presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette, afirma que o calendário eleitoral já foi afetado e um adiamento do pleito pode prejudicar candidatos menos conhecidos da população. “Qualquer mudança terá que ser discutida de forma bem transparente”, disse.