Bolsonaro revela “brutalidades” sobre política internacional em vídeo

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Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta segunda-feira (11/05), que espera que apenas o trecho ligado ao inquérito sobre suposta interferência na Polícia Federal seja extraído do vídeo da reunião ministerial, ocorrida no Palácio do Planalto em 22 de abril.

“O que eu espero que aconteça, numa normalidade, é extrair do vídeo a parte que interessa ao inquérito para saber se houve alguma interferência minha na Polícia Federal ou não. O restante eu tratei de política internacional. Não é justo alguém achar que deve divulgar isso aí”, disse, no Palácio da Alvorada.

“Aquilo que foi tratado, caso fosse numa conferência, em um evento, não seria tratado daquela forma, né, bruta, e sim de uma forma mais polida. Agora, é justo expor o que nós falamos sobre política externa, assunto de segurança nacional, tornar público isso aí? Aí não dá. Aí complica a situação, e eu espero que isso não aconteça. Não neguei fornecer a fita bruta. E, obviamente, esperando que os demais Poderes que vão tratar do assunto, o tratem da mesma forma responsável”, declarou.

Em depoimento à PF na semana passada, o ex-ministro Sergio Moro disse que um vídeo feito durante a reunião comprovaria que Bolsonaro o teria pressionado por mudanças na instituição.

A gravação foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido do relator do caso, ministro Celso de Mello. Ao receber o material, o decano da Corte autorizou que outros envolvidos na investigação tivessem acesso, como a Procuradoria-Geral da República e a própria delegada responsável pelo inquérito na Polícia Federal.

Segundo Bolsonaro, a reunião tratou de assuntos de segurança nacional, além de políticas internacionais. O presidente afirmou que não seria “justo” tornar público o teor que se refere a essa parte do encontro.

Questionado se teme por algo que disse durante a reunião, Bolsonaro respondeu: “Temer o quê? Eu nunca ofendi ninguém. Nunca agredi ninguém. Eu nunca ameacei ninguém. Pronto. Suficiente. Tá na fita”.

Metrópoles