Planalto acha que vídeo pode incriminar Bolsonaro ainda mais

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Foto: AFP

Apesar do discurso oficial de tranquilidade, auxiliares de Jair Bolsonaro temem o impacto político da divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, apontado pelo ex-ministro Sergio Moro como prova de que o presidente tentou interferir na autonomia da Polícia Federal.

A maior preocupação no Palácio do Planalto é que o tom forte adotado por Bolsonaro na reunião cause forte estrago na opinião pública, reforçando a ampliação das investigações sobre as denúncias de Moro.

O alerta no governo é com a possibilidade da acusação do empresário Paulo Marinho de que houve vazamento de operação da PF para o hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) antes do segundo turno das eleições de 2018. Na ocasião, o então assessor Fabrício Queiroz foi exonerado do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

“As duas investigações juntas vão deixar ainda mais o presidente Bolsonaro na defensiva”, reconhece um auxiliar próximo.

Para evitar um estrago ainda maior, a Advocacia-Geral da União (AGU) divulgou dois trechos da reunião ministerial na semana passada ao se posicionar sobre o pedido do ministro do STF a respeito do sigilo do vídeo.

Numa estratégia de contenção de danos, a AGU revelou as falas com o argumento preventivo de que Bolsonaro se referia a segurança da família no Rio de Janeiro, e não à tentativa de mudar o comando da Superintendência da Polícia Federal no estado.

De todo jeito, a avaliação política no Palácio do Planalto é que o presidente Jair Bolsonaro precisa mudar a relação política com o Congresso Nacional e governadores.

Além de ter iniciado distribuição de cargos para ter apoio do Centrão, a reunião desta quinta-feira (21) com governadores e presidentes da Câmara e Senado para negociar vetos ao auxílio emergencial para estados e municípios foi percebida por aliados como um sinal de mudança no comportamento de Bolsonaro.

“Ninguém consegue brigar com todo mundo ao mesmo tempo”, resumiu um líder de um dos partidos do Centrão.

G1