Eduardo Bolsonaro se nega a explicar “ruptura”
Foto: Jorge William / Agência O Globo
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) não quis comentar nesta terça-feira sua declaração, feita na semana passada, de que um “momento de ruptura” não seria uma questão de “se”, mas de “quando”. Questionado sobre o que significaria essa “ruptura”, Eduardo disse que “isso aí já passou”.
— Pessoal, isso aí já passou, já falamos. Perfeito? A gente agradece a atenção de vocês, mas…Tranquilo? — disse o deputado, após uma reunião com o vice-presidente Hamilton Mourão.
Bolsonaro se reuniu com Mourão para, segundo ele, tratar de conexão na internet na Amazônia. O presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais, também participou. Mourão é presidente do Conselho da Amazônia
Eduardo afirmou que pretende registrar um boletim de ocorrência na Polícia Federal (PF) sobre o vazamento de dados pessoais seus e de familiares e aliados, incluindo o presidente Jair Bolsonaro. O deputado disse que seu celular está “à disposição” das autoridades, caso seja necessário.
— Pretendo passar lá ainda hoje para fazer o boletim de ocorrência. Deixar à disposição o celular, se o perito lá achar necessidade, deixar à disposição lá. Mas a gente está vendo que é um vazamento criminoso, né. Qual o objetivo disso daí? Só para ficarem importunando, ficar recebendo ligação no celular.
Na noite de segunda-feira, hackers do grupo Anonymous Brasil publicaram endereços, CPFs, telefones e informações sobre imóveis de Bolsonaro e familiares. Também foram alvos da divulgação, feita pelo Twitter, os ministros Abraham Weintraub (Educação) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).
Parte do que foi divulgado, como os dados imobiliários de Bolsonaro e dos filhos, já estava disponível publicamente nos sistemas da Justiça Eleitoral, que reúne informações de candidatos a cargos eletivos. Outras informações, como números de telefones, por exemplo, eram privadas.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, afirmou nesta terça-feira que determinou à Polícia Federal (PF) a abertura de um inquérito para investigar o vazamento das informações.