Hospitais privados têm queda de casos de covid19
Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Hospitais privados acenderam a luz amarela com a reabertura do comércio em São Paulo. Desde o fim de maio, a rede registra queda de 15% no atendimento de casos de coronavírus, segundo pesquisa do Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde, a pedido do Sindhosp, sindicato que reúne 55 mil hospitais, clínicas e laboratórios, além da Federação dos Hospitais do estado.
Até a noite de terça-feira, o Brasil registrava 45.456 mortes por Covid-19, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa, formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo.
– A quarentena não acabou, mas o problema é que as pessoas não pensam assim. Para elas, ou tem ou não tem quarentena e este é o risco. Daqui a 10 dias poderemos ter retomada dos casos – afirma o médico Francisco Balestrin, presidente do Sindhosp.
Em maioria (95%), os hospitais pesquisados atendem clientes de plano de saúde, a chamada medicina suplementar. Segundo Balestrin, os pacientes da rede privada tiveram mais condições de se manterem em quarentena, boa parte graças ao home office, além de condição socio-econômica mais favorável e maior acesso à informação.
– Essa camada da população foi a primeira a ser atingida pela Covid-19, devido às viagens para o exterior. Mas também tem oportunidade de se proteger mais, e por isso índice de transmissão caiu bastante – diz Balestrin.
Segundo o presidente do Sindhosp, hoje, em média, cada pessoa infectada na capital paulista transmite o vírus para, no máximo, mais uma. No início da pandemia, a taxa era de um para três
Ele afirma que, além de cumprir o isolamento, os pacientes passaram a ficar mais atentos com os sintomas e procurar atendimento médico mais precocemente, ainda na fase inicial da infecção. Com isso, explica, também houve uma redução na gravidade dos casos.
– Não estamos numa fase cor de rosa, como outros países, mas o enfrentamento à Covid-19 se tornou mais adequado em São Paulo, por exemplo. Ocorre que a situação não é a mesma no país todo. Em Curitiba, por exemplo, onde o número de infectados era mais baixo, foram reabertos restaurantes e bares e a situação piorou muito – diz ele.
Na média de todo o país, a curva de mortes começou a se estabilizar. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) anunciou a criação de um banco de dados com informações médicas sobre 75 mil pacientes de Covid-19 no Brasil, o primeiro do gênero no país.
A retomada dos casos de Covid-19 preocupa também os hospitais porque apenas na semana passada as operadoras de plano de saúde voltaram a fornecer guias de tratamento para pacientes não-Covid, iniciando a retomada nos atendimentos.