Grampo flagra filha de Queiroz chamando-o de “burro” por ligações políticas
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A personal trainer Nathália Queiroz, filha de Fabrício Queiroz, escreveu uma mensagem para a madrasta Márcia Oliveira de Aguiar no dia 24 de outubro de 2019 criticando as articulações políticas que Queiroz ainda mantinha naquele período. Ao decretar a prisão preventiva de Queiroz e de Márcia nesta quinta-feira, o juiz Flávio Itabaiana Nicolau, da 27ª Vara Criminal do TJ do Rio, citou as informações fornecidas pelo Ministério Público (MP) e arrecadadas na busca e apreensão em dezembro do ano passado.
“Meu pai não cansa de ser burro”, escreveu Nathália Queiroz, ao enviar uma reportagem publicada no GLOBO naquela data.
Na reportagem, foi publicado um áudio que mostrava que Queiroz, oito meses depois de ser exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, continuava sendo consultado sobre nomeações no Legislativo. Em nota, na ocasião, ele ainda admitiu ter “capital político”.
O GLOBO obteve um áudio de WhatsApp, de junho de 2019, no qual o ex-assessor sugere a um interlocutor como proceder para fazer indicações políticas em gabinetes de parlamentares. Em nota, na ocasião, Queiroz disse que mantinha influência por ter “contribuído de forma significativa na campanha de diversos políticos no Estado do Rio de Janeiro”.
Em conversa por áudio via WhatsApp do início de junho, Queiroz debate com um interlocutor a situação de cargos que podiam ser usados por aliados no Congresso. No diálogo, ele sugere que as indicações poderiam ser feitas por meio de comissões ou em gabinetes de outros deputados e senadores, e não apenas em cargos vinculados à família Bolsonaro.
— Tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado. Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles (família Bolsonaro) em nada — diz Queiroz, no áudio, para depois complementar: — 20 continho aí para gente caía bem pra c**.
Nathália constou como assessora de Flávio Bolsonaro entre 2007 e 2016. Depois, foi nomeada no gabinete do então deputado Jair Bolsonaro e de lá foi exonerada na mesma data que o pai em outubro de 2018. Em todo esse período, Nathália atuava como personal trainer. Ela nunca teve crachá na Alerj.